Pesadelo e tormento diante do futebol alemão

Leia a coluna de Tom Barros

Escrito por
Tom Barros producaodiario@svm.com.br
Legenda: Flamengo perdeu para o Bayern e foi eliminado
Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Não há como esquecer a goleada (1 x 7) sofrida pelo Brasil na Copa do Mundo de 2014. Aos 29 minutos do primeiro tempo, a Alemanha já estava vencendo por 5 a 0. Agora, na Copa do Mundo de Clubes, quando com 10 minutos de jogo o Bayern de Munique estava ganhando do Flamengo por 2 a 0, veio o medo de um novo desmoronar. 

O Flamengo reagiu. Mas não o suficiente. Os alemães e seus canhões, como diz Chico Buarque de Holanda na música “João e Maria”, conseguiram marcar 4 x 2, mandando o Flamengo de volta para casa. Foi menos vergonhoso. Mas levou o cronista a uma reflexão: até quando vamos sucumbir assim diante dos alemães. 

A Alemanha tem quatro títulos mundiais, mas é a maior finalista de todas as seleções. Disputou mais finais de Copa do Mundo do que o Brasil. Os alemães foram oito vezes finalistas: 1954 (campeã), 1966 (vice) 1974 (campeã), 1982 (vice), 1986 (vice) 1990 (campeã), 2002 (vice) e 2014 (campeã).  

A Seleção Brasileira chegou a sete finais: 1950 (vice), 1958 (campeã), 1962 (campeã), 1970 (campeã), 1994 (campeã), 1998 (vice) e 2002 (campeã). O Brasil, de sete, ganhou cinco. A Alemanha, de oito, ganhou quatro. 

Quase 

No atual Mundial de Clubes, o Fluminense também encarou os alemães e seus canhões. Na fase de grupos, poderia ter conquistado uma bela vitória sobre o Borussia Dortmund, mas ficou no 0 a 0. O Fluminense foi melhor nos dois tempos. Desperdiçou incontáveis chances de gol. Novamente, precisamos aprender a ganhar dos alemães.  

Eficiente 

A Alemanha vem dando seu recado ao mundo desde 1954. Ganhou a Copa diante da poderosa e favorita seleção da Hungria, comandada por Puskás. Em 1974, ganhou a Copa diante da poderosa e favorita seleção da Holanda, a Laranja Mecânica, comandada pelo lendário Johan Cruijff. Os alemães são frios e eficientes. 

Humilhação 

Aqui no Brasil, na Copa de 2014, a Alemanha, além de ganhar o título mundial, humilhou a Seleção Brasileira. Foi o maior vexame da Canarinho em todos os tempos. A verdade é que passou a ser um tormento enfrentar a Alemanha. Pelo visto, ficou um complexo maior que o Maracanazo, de 1950. 

Outro assunto 

Meu pesar pela passagem de Luiz Vieira Vilanova, lateral-esquerdo campeão cearense pelo América em 1966 e bicampeão pernambucano pelo Santa Cruz em 1969/70. Após encerrar a carreira, foi excelente árbitro de futebol. Criou um estilo próprio de apitar, no qual a sensatez poderia estar acima das regras, o que falta nos dias de hoje. Show.  

Show 

Vilanova jamais marcaria estes pênaltis que as regras de hoje admitem. Foi um homem bom, justo, excelente amigo e competente profissional. Convivi com ele, quando chegamos a jogar juntos no time amador do Banco Cearense. Saudade muita. Valeu Vila! Meus sentimentos à família e, de forma especial, ao seu filho César Magalhães.

Assuntos Relacionados