Oportunidade inversamente proporcional

Leia a coluna de Tom Barros

Legenda: Ceará ficou no empate com o Tombense.
Foto: Israel Simonton/Ceará SC

A cada rodada, vem se tornando mais difícil a volta do Ceará à elite do futebol brasileiro. O caminho alvinegro está na contramão de seus sonhos e objetivos. Os dois gols tomados na reta final da partida contra o Tombense foram o reflexo de um time que se mostra incapaz de uma recuperação segura e consistente. Pelo tempo normal, faltavam sete minutos para acabar o jogo. O Vozão tinha a vantagem de 2 x 0. Aos 38 minutos, Kleiton diminuiu para o Tombense. Foi o recado.

O Ceará se mostrou incapaz de conter um time cheio de limitações. E cedeu o empate, gol de Marinho, já nos acréscimos. Assim, na medida em que as rodadas avançam, o Ceará recua. Então, as oportunidades vão ficando inversamente proporcionais: os concorrentes ganham posições e o Ceará perde posição. Assim, fica difícil uma correção de rumo ou mudança de cenário. Apesar de tudo, não é hora de desistir. Enquanto matematicamente houver chance, a postura correta é seguir acreditando. Mas seria interessante a diretoria já ir preparando um projeto ousado para 2024. O projeto que está aí pode até alcançar a classificação, mas somente por um desses milagres gerados pelas coisas imponderáveis do futebol. 

Sul-americana 

Que momento especial vai viver a torcida do Fortaleza, quinta-feira, na decisão da vaga para a semifinal da Copa Sul-Americana. O Leão está com a mão na vaga. Mas nada de “já ganhou”. A postura correta será manter o foco como se não tivesse vencido bem em Minas. Isso evitará as surpresas que o sistema mata-mata vez por outra produz. 

Incrível 

Há duas frases, que vez por outra repito, quando o Fortaleza faz proezas inacreditáveis. A primeira é: ‘Um Fortaleza como nunca houve antes’. A segunda é: ‘Em Verdade, em verdade, vos digo: o Fortaleza é além da imaginação’. Quem poderia imaginar, há alguns anos, ver o Fortaleza na semifinal da Copa Sul-Americana? Pois, agora, tal situação está plenamente viável. 

Fora de série 

Em 2017 o Fortaleza estava na Série C do Campeonato Brasileiro, passando por humilhações e gozações. Hoje, ainda nem completados seis anos dessas agonias, o Leão faz bonito na Série A nacional, competindo também na Copa Libertadores e na Copa Sul-Americana. Uma projeção jamais alcançada pelo futebol cearense. É mesmo além da imaginação.  

Empate do Ferrão 

O Ferroviário poderia ter voltado com uma vitória sobre o Maranhão. No cômputo geral, produziu mais. Foi melhor. O empate se deve à atuação do goleiro do Maranhão, Moisés, o melhor do jogo. Suas duas defesas seguidas, em conclusões de Tarcísio e Lincoln, fizeram a diferença, além de mais duas notáveis intervenções. Também teve sorte na bomba que Eder Lima mandou no travessão. 

Sempre ele 

É de suma importância a participação do veterano Ciel. Passa serenidade e confiança ao grupo. Perdeu grande chance na primeira fase. Não se abalou. Na fase final, fez o gol que o VAR anulou. Depois fez o belo gol de empate (1 x 1). Com seus 41 anos suportou bem o calor de 15 horas. Fez a sua parte. O Ferrão tem tudo para voltar à Série C, já domingo, no PV. Grande momento.



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