O gradual retorno no mundo do esporte

Domingo passado, no GP de Fórmula 1 da Áustria, o piloto finlandês Valttteri Bottas superou o britânico Lewis Hamilton e ganhou a oitava prova de sua carreira. A mais importante competição de velocidade do mundo voltou. Nas comemorações no pódio, distâncias mantidas para evitar a Covid-19. A CBF confirma a volta do futebol para agosto. Futebol cearense está na agulha. No bodyboard, a cearense Isabela Sousa, tetracampeão mundial, se diz preparada. O bodyboard voltou. Ela vai em busca do penta. De volta os sonhos de cada. Sonhos que tiveram de ser revistos na sua totalidade. No Catar, redução de gastos nas obras para a Copa do Mundo de 2022 gera perda de postos de trabalho. Incrível, pois lá, o país esbanja petróleo e dinheiro. No Rio de Janeiro, os times foram ousados. Já voltara às atividades. Faz tempo. A favor deles, segundo oportuna observação do comentarista Wilton Bezerra, nenhum problema foi gerado para o controle do novo coronavírus. Daí, houve o aumento dos clamores para a volta do futebol no Estado do Ceará. Pelo menos, diante do aqui exposto, um consolo: há mesmo o gradual retorno no diversificado mundo do esporte.

Velocidade

Em alguns lugares, o mundo parou. Em outros lugares, o mundo freou. A loucura da velocidade inexplicável, geradora de tensões e pressão alta, tem de ser revista em todos os sentidos. Lembrei da frase do Belchior: "Era feito aquela gente honesta, boa e comovida, que caminha para a morte pensando em vencer na vida".

Vencer

O que é mesmo vencer na vida? Ser o Neymar com sua fama e fortuna? Mirar o mundo pelo espelho das celebridades pode ser grave equívoco. Quem disse que toda celebridade é vencedora? Se a avaliação for pelo patrimônio, é riqueza. Mas pode não ser felicidade. Vencedor é o homem feliz, que pode ser rico ou pobre.

Voltas da vida

Tive bons contatos com Emerson Fittipaldi. Ele no auge, bicampeão mundial de Fórmula-1. Jantamos juntos. Ele demonstrava felicidade plena ao lado de sua Maria Helena e filhos. Dinheiro, fama, glamour. Venceu duas vezes as 500 Milhas de Indianápolis. Agora, com 73 anos, um Emerson endividado, semblante fechado. Não sei se é feliz.

O homem pode ser um vencedor, mas não ser feliz. Nesta volta gradual às atividades esportivas, há um repensar. Claro que seguirá a luta pelos recordes, medalhas, títulos. É a vida. É assim. Mas será preciso tanta avidez, velocidade, loucura?

O homem pode alcançar tudo isso, mas sem o exagero. Uma desacelerada na correria do mundo pode trazer enormes benefícios à humanidade. Vale repetir o músico cearense Belchior: "Estamos caminhando para a morte, pensando em vencer na vida". Calma, gente!



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