O futebol e a salada de competições

Leia a coluna de Tom Barros

Legenda: Fortaleza estreia na Copa do Brasil neste domingo.
Foto: Ismael Soares/SVM

Começou a misturada. Há dias em que fico sem saber por qual campeonato é o jogo marcado: Campeonato Cearense (Séries A e B), Copa do Brasil ou Copa do Nordeste? Hoje não tem jogo programado para os clubes cearenses. Milagre. Mas terá no fim de semana. Por memória afetiva, gosto mais do Campeonato Cearense. Estou ligado na decisão das vagas para as semifinais. Serão os jogos de volta. Sábado, dia 02 de março, às 16:40, Iguatu x Ferroviário no Morenão. Parece que estou vendo a cidade de Iguatu efervescente, participativa. Foi assim em 2022, quando eliminou o Ceará.

Agora o adversário é o Ferrão, que tem a vantagem do empate. E, claro, os corais mais prevenidos, já pelo que aconteceu com o Vozão. O Ceará também jogava pelo empate, pois havia vencido o primeiro jogo por 2 a 1. Quanto ao jogo Maracanã x Floresta, domingo, às 17:00, semelhante expectativa na vizinha Maracanaú. O Floresta joga pelo empate. Caberá ao torcedor lotar o Estádio Almir Dutra para fazer a diferença. As equipes estão mais ou menos no mesmo patamar. Como o Maracanã está em casa, poderá tirar disso o melhor proveito. Neste fim de semana, é muito boa a programação do Campeonato Cearense. 

Mais um dia 

O alto comando do Fortaleza continua aguardando algo concreto a respeito da identificação dos torcedores do Sport que, em Recife, realizaram um atentado contra a vida dos jogadores no ônibus tricolor. Até agora, muita conversa, muita solidariedade, muitas mensagens de apoio, muitas notas oficiais, mas nada de um resultado positivo. Pelo visto, a impunidade vencerá mais uma vez. 

Magistrado 

Como citei ontem, o Juiz Federal e professor da Unifor, Agapito Machado, escreveu oportuno artigo sobre o que, à luz da legislação pertinente, poderá acontecer aos agressores pernambucanos. Restou claro que a hipótese de prisão deve ser descartada. A regra é o acusado responder em liberdade o processo. Digo eu: a nossa legislação é mesmo uma porta aberta para a impunidade.  

 Procurador 

O advogado e ex-procurador da Fazenda Nacional, Djalma Pinto, também escreveu sobre o atentado. O título é “Paradoxo no Esporte”. Ele mostra que no boxe, MMA e em modalidades onde predomina a força física, os adversários, embora machucados, cumprimentam-se após a luta, num gesto de respeito e esportividade. Tudo termina em paz entre vencedores, vencidos e torcedores. 

Paradoxo 

O contraste, a que se refere o advogado Djalma Pinto, está claro: nos esportes de luta e agressividade, os torcedores não praticam a violência, não brigam. Já no futebol, um esporte que fascina pela arte e criatividade dos atletas, os torcedores se matam e praticam todo tipo de desvario. Um absurdo. 

Missão de civilizar 

Ainda segundo Djalma, “paradoxalmente, vem do futebol o exemplo de repúdio selvagem ao próximo.” Ele afirma que “Estado, família e sociedade, todos falharam na missão de civilizar as pessoas para uma vida sem violência. Que bom ver a manifestação de nomes de expressão das nossas letras jurídicas como Agapito Machado e Djalma Pinto. Deles as mensagens de lucidez. 

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