O Fortaleza olhado de cima

Leia a coluna do Tom Barros

Legenda: Fortaleza enfrenta o Vasco nesta quarta-feira.
Foto: Thiago Gadelha/SVM

Parabéns pelos 105 anos. Fortaleza, clube de glória e tradição. Tricolor de Aço. Clube da garotada. Lion. Uma belíssima história. Nasceu de um ideal. Transformou-se numa potência. Tão potente quanto o canhão do atacante Bebecê, ponta-esquerda que marcou época no clube no final da década de 1950. Tão potente quanto o canhão do lateral-direito Mesquita, que fazia tremer o PV nos anos 60. Tão genial quanto Mozart Gomes, inigualável atacante tricolor, a meu juízo o melhor cearense de todos os tempos.

Tão notável quanto Clodoaldo, o baixinho bom de bola. Tão inspirado quanto Jackson de Carvalho ao compor o bonito hino do clube. Tão gigante quanto esta torcida que ornamenta os estádios com mosaicos e diversificadas manifestações. Tão especial quanto “aquelas camisas” citadas pela lucidez do inesquecível jornalista Blanchard Girão. Se nelas há misticismo eu não sei. Mas sei que há algo inexplicável, transcendental. O Fortaleza agonizou oito anos na UTI da Série C. Sobreviveu às pilhérias, humilhações e provocações. Deu a volta por cima. De cima. Chegou à Libertadores. Chegou à Sula. Por isso repito o que disse em comentário anterior: um Fortaleza como nunca vi antes. 

Autor 

Tive muito contato com Jackson de Carvalho, autor do Hino do Fortaleza. Ele era formado em Odontologia. Amava a música. Jackson estava iluminado, quando escreveu a letra do hino tricolor. Morreu no dia 15 de janeiro de 2012. Estava com 79 anos de idade. Foi um dos maiores torcedores do Fortaleza. Era um homem moderado, sensato, muito estimado mesmo.  

Trajetória 

De Alcides Santos a Marcelo Paz, muitos nomes ocuparam a presidência do Fortaleza nestes 105 anos. Tive mais contato com Sílvio Carlos, Marcelo Paz e Ribamar Bezerra, que trabalharam na Verdinha. Também acompanhei mais de perto os trabalhos de Abdias Veras, Otoni Diniz, Eduardo Girão e Renan Vieira. Pena não haver espaço para citar todos os ex-presidentes. 

Treinador 

O Fortaleza teve muitos treinadores bons. Mas os mais recentes alcançaram patamares mais elevados. Não sei qual o mais significativo para o Leão, se Rogério Ceni ou Juan Pablo Vojvoda. Fica difícil escolher o melhor. Entendo que mais justo é render na mesma dimensão homenagens aos dois. Ceni pavimentou o caminho. Vojvoda ampliou. 

Ídolo 

Fica muito difícil escolher um único jogador como ídolo do Fortaleza. Em 105 anos, muitos são os ídolos. Na saudade do querido e inesquecível Moésio Gomes, rendo homenagens a todos os que, de uma forma ou de outra, deram o muito de seus talentos na construção de uma história rica em vitórias, títulos e glórias. 

É hoje 

O Fortaleza passou dez dias fora do palco de suas exibições. Seu último jogo aconteceu no dia 08 de outubro, no Castelão, quando ganhou do América-MG por 3 a 2. Agora ingressa numa fase delicada: mirar a decisão da Copa Sul-Americana, dia 28 de outubro, diante da LDU do Equador, no Uruguai, sem perder de vista suas obrigações na Série A. Hoje enfrenta o Vasco no Rio. Sucesso, Leão.  

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