Não gosto do recesso no futebol. Assim que a bola deixa de rolar, abre-se espaço para muito disse-não-disse. A fofoca encontra campo fértil. Graças a Deus, dentro de quatro dias começará a pré-Copa do Nordeste. Sábado, dia 06, no PV, o Ferroviário recebe o Asa. No Estádio Rei Pelé, em Maceió, o Iguatu enfrentará o CSA. A fase de grupos começará em fevereiro. Já no dia 20 de janeiro, acontecerá a largada do Campeonato Cearense. Há 28 anos, apenas o Fortaleza e o Ceará conquistaram o título de campeão estadual. É um desafio a mais para os outros concorrentes.
O planejamento tem que ser muito bem elaborado, pois haverá também a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro. Portanto, logo depois do recesso, vem a enxurrada de disputas. Jogos para todos os gostos. A Copa do Brasil começa no dia 21 de fevereiro. A Série A, no dia 14 de abril. A Série B, no dia 20 de abril. A Série C, no dia 21 de abril. A Série D, também no dia 21 de abril. No dia 03 de abril começará a fase de grupos da Copa Sul-Americana. É algo inimaginável, um time de futebol, de forma simultânea, trabalhar em três competições. Geralmente o time se desgasta muito, deixando de dar o sprint necessário na reta final.
Cada equipe tem de traçar as suas prioridades. Não raro, quando uma equipe planeja ganhar tudo, termina não ganhando nada. Daí a necessidade de se estabelecer um planejamento móvel. Dependendo das circunstâncias, as prioridades vão sendo estabelecidas. Exatamente aí reside o maior risco.
É natural que na agenda do Fortaleza deva constar como prioridade a conquista do hexacampeonato, um título inédito no futebol cearense. Como consequência natural, certamente constará da agenda do Ceará a conquista do título estadual, visando a impedir o hexacampeonato do maior rival. Uma coisa está ligada à outra.
Se houver uma pesquisa entre os torcedores do Ceará, a prioridade do Vozão será o retorno à Série A nacional. Todas as demais conquistas ficarão em um plano secundário. O que vale em 2024 é o retorno à elite do futebol brasileiro. Fora isso, toda competição que houver será apêndice. Isso ficou provado no ano passado.
Observem o que aconteceu com o Ceará em 2023. Ganhou pela terceira vez o título de campeão da Copa do Nordeste. Mas, no final do ano, quando ficou definida a permanência do Vozão na Série B, poucos lembraram do título de campeão do Nordeste. A insatisfação pelo não retorno à elite foi tão elevada que o título regional terminou totalmente ofuscado.
O último título estadual conquistado pelo Ferroviário foi o bicampeonato de 1994 e 1995. Depois disso, foi vice-campeão cearense em 1996, 1998, 2003 e 2017. A conquista do título de campeão invicto da Série D nacional em 2023 dá ao Ferroviário o status de equipe preparada para derrubar um tabu de 28 anos sem um título de campeão cearense. É prioridade coral no primeiro semestre.