O cenário da batalha final do Fortaleza na Sula

Leia a coluna de Tom Barros

Legenda: Fortaleza enfrenta a LDU no sábado.
Foto: Kid Junior/SVM

A capacidade dos estádios do mundo pode ser medida por duas maneiras diferentes: pelo espaço físico, no qual se calcula o número de torcedores, todos acomodados com segurança, e pela figura elaborada através da imaginação. Nesta, cabem todos, os presentes e os ausentes, os de perto e os de longe. A distância inexiste porque envolvida pelos corações. O Estádio Domingo Burgueño pode receber um público aproximado de 25 mil torcedores. Pequeno demais para a proporção de uma decisão de tamanha importância como a da Copa Sul-Americana. 

Gostaria que fosse no majestoso Estádio Centenário, em Montevidéu, onde foi disputada a final da Copa do Mundo de 1930, que teve o Uruguai como campeão. O Estádio Centenário tem capacidade para 60 mil torcedores. Mas, na presente linha de raciocínio, isso agora pouco importa. A torcida do Fortaleza é onipresente. Em espírito, em pensamento, em preces, ocupará todos os espaços do estádio. Os visíveis e os invisíveis. Os físicos e os mentais. Estará lá, fiel, lado a lado com os seus jogadores. Enfim, todos os olhares voltados para um único lugar. Assim antevejo o cenário da batalha final da Copa Sul-Americana de 2023. E que haja a vitória do Leão.  

Forças que pesam  

Ontem escrevi sobre as conquistas internacionais da LDU. Sua bagagem neste campo. Claro que as experiências assim pesam. Mas, quando a bola rolar, as estatísticas serão meras anotações paralisadas nos computadores, gavetas ou armário qualquer. Passa a pesar muito mais o poder mental dos atletas. É exatamente aí onde poderá valer a mística “Daquelas Camisas”.  

Força transcendental  

O Fortaleza tem na sua história conquistas quase impossíveis, inacreditáveis. Observando isso, o notável e saudoso jornalista, Blanchard Girão, em um artigo, traduziu a força transcendental “daquelas camisas”, que seriam capazes de, por influências sobrenaturais, ganhar títulos, mesmo quão inferior e desvantajosa fosse a situação da equipe.   

Místico 

Se existe tal influência sobrenatural, não há como explicar. Mas há, sim, algo místico, conforme a percepção do jornalista Blanchard Girão. Prova disso é o fato de o Fortaleza, em pouco mais de cinco anos, sair da UTI da Série C para chegar agora à decisão da Copa Sul-Americana. Uma milagrosa ressuscitação.  

Equilíbrio  

Examinei os resultados da LDU no Campeonato do Equador. Na segunda fase da competição, perdeu apenas uma partida. Foi para o Barcelona de Guayaquil (1 x 0), no dia 17 de setembro. Empatou com o Aucas (0 x 0), com El Nacional (0 x 0) e com o Delfim (0 x 0). Enfim, também teve de usar time misto em alguns jogos. Segunda-feira, obteve importante vitória sobre o Emelec (1 x 0).  

Conclusão  

A LDU tem títulos internacionais e mais experiência em decisões assim. Mas o Fortaleza tem também jogadores que ganharam títulos internacionais. Marinho, campeão da Libertadores. Silvio Romero, campeão da Sul-Americana. Brítez, campeão da Sul-Americana e campeão da Recopa Sul-Americana. O Lion tem também outros atletas com boas experiências internacionais. 



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