O Ceará e o seu rosário de desafios

Leia a coluna de Tom Barros

Escrito por
Tom Barros producaodiario@svm.com.br
Legenda: O técnico Léo Condé protagoniza um trabalho positivo à frente do Ceará
Foto: Felipe Santos / SVM

Antes da virada do turno, ou seja, a 19ª rodada, o Ceará passará pelo maior teste da competição. Uma sequência diante dos melhores na atual temporada. Parece que foram selecionados especificamente para testar as pretensões alvinegras. Chegou a hora da verdade.  

Hoje, o Vozão recebe o Mirassol, que faz ótima campanha, mas não integra o rol dos mais qualificados: Cruzeiro (líder), Flamengo (vice-líder) e Palmeiras (4º). Exatamente pelas atuais circunstâncias, virou obrigação uma vitória diante do Mirassol logo mais no Castelão.  

Não comungo do mesmo pensamento dos pessimistas, que estão prevendo derrotas do Vozão nos próximos três jogos, após o jogo de hoje. A tarefa é complicada. Reconheço as limitações do Ceará. É verdade. Reconheço o favoritismo dos três clubes citados. Tudo bem. Mas, no futebol, não existe derrota por antecipação. 

Entendo que correto será trabalhar por etapas. Cada jogo por si. Primeiro, ganhar hoje do Mirassol. É a obrigação. Depois, buscar os resultados diante do Cruzeiro, Flamengo e Palmeiras. São superiores, mas não são bichos do outro mundo. 

Situação 

As circunstâncias atuais da Série A, somadas às duas derrotas consecutivas do Ceará, criaram uma situação muito delicada para o Vozão no jogo de hoje. Se houver a terceira derrota consecutiva, comprometerá a confiança do grupo, máxime pelo que terá de enfrentar na sequência.   

Adversário 

O Mirassol tem surpreendido. A vitória (3 x 0) sobre o Santos, com direito a olé e irritação de Neymar, serve de alerta ao Ceará. Antes de pensar no Cruzeiro, Flamengo e Palmeiras, o Vozão tem de manter todo o foco e aplicação no jogo de hoje. Um tropeço, logo mais, terá terrível repercussão. 

Concorrentes 

Outro aspecto que tem de ser levado em consideração é a aproximação dos concorrentes: Internacional (12º, 17 pontos), Grêmio (13º, 17 pontos) e São Paulo (14º, 16 pontos). É mais um fator que obriga o Ceará a ganhar do Mirassol. A margem ficou reduzida a um ponto sobre o Inter e o Grêmio e de dois pontos sobre o São Paulo. 

Ajustes 

No Fortaleza, o técnico Renato Paiva teve sorte: pegou a semana livre para ajustes, visando a aplicar o modelo que quer implantar no Pici. A adaptação ao novo pensar requer exercícios continuados. Gostei do primeiro tempo do Fortaleza diante do Bahia. Houve momentos de intensidade, que até lembram a época do treinador Vojvoda. 

Interpretação 

“Jogador que não correr, eu tiro”. A colocação feita pelo técnico Renato Paiva não pode ser interpretada literalmente. A prova não é de velocidade nem os jogadores são velocistas. A rigor, a frase diz respeito ao emprenho permanente, aplicado, constante. Esforço continuado. Não se trata, pois, de prova de 100m rasos, do atletismo.

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