Novas gerações e ídolos do passado

A televisão massificou o futebol. Na década de 1950, aqui no Estado, além dos clubes locais, só mesmo os clubes do Rio de Janeiro e de São Paulo eram conhecidos em razão das transmissões pelo rádio. Atualmente, meus netos sabem mais do futebol europeu do que eu, que vivo desde 1965 profissionalmente no mundo do futebol. Para as novas gerações, a escalação do Liverpool é tão conhecida ou talvez mais conhecida do que as dos grandes times brasileiros. A camisa de Lionel Messi é tão familiar quanto era o uniforme do Gildo para os alvinegros ou a do Croinha para os tricolores de aço na década de 1960. Até aí, tudo muito natural porque as distâncias do mundo foram reduzidas pelas grandes velocidades dos aviões e pelo milagre da Internet. Hoje, sem sair de casa, eu passeio pelas ruas de Paris, Londres, Tóquio ou qualquer outra cidade do mundo através do programa Google Earth. Pela TV, os craques Cristiano Ronaldo, Messi, Neymar, Súarez, Gareth Bale e outras celebridades estão mais nas ruas da minha Gentilândia do que os ídolos nacionais. O problema está quando os jovens de hoje partem para comparações entre estes ídolos de agora e os ídolos do passado. Aí não dá certo. Torna-se insuportável.

Pelé

Pedro e Gabriel, dois dos meus sete filhos, afirmam que Messi é melhor que Pelé. Pedro e Gabriel estão com 18 anos de idade. Não sei se estão querendo dar corda no velhinho aqui ou se estão falando sério. Eles vão ainda mais além no debate: dizem que Ronaldinho e Ronaldo Fenômeno também eram melhores do que o "Rei". Meu Deus...

Perdão

Não são apenas esses meus dois filhos que afirmam isso. Muitos jovens dizem a mesma coisa. E argumentam. Dizem que os zagueiros de outrora eram postes. E mais: que, se fosse hoje, Pelé não andaria, pois na época dele o futebol não tinha a velocidade de hoje. Só posso dizer a esses moços: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem".

Pobres Moços

Adoro os jovens. Adoro meus filhos. Mas blasfemam quando partem para comparações assim. Os vídeos estão aí para mostrar Pelé e Garrincha. Como diria Lupicínio Rodrigues: "Esses moços, pobres moços, ah! se soubessem o que eu sei". E não há aqui presunção de minha parte. Sei porque vi. Mas eles, se quiserem, podem pesquisar e ver também.

 



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