Nenhuma novidade tática na Copa do Qatar

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Foto: Glyn KIRK / AFP

Em tempos de competição mundial, há sempre uma expectativa sobre possíveis novidades nos esquemas táticos do futebol. Há estudiosos que se apegam aos esquemas e são capazes de discorrer horas a fio sobre cada um deles desde os primórdios. O meu amigo, Adolfo Marinho, que também foi político exemplar, gostava de analisar os esquemas. Ele, na década de 1970, foi quem primeiro me despertou para a necessidade de verificar como os técnicos armavam suas equipes. Cuidei de saber o essencial para o desempenho da minha profissão.

Após ver os jogos das principais seleções na atual Copa do Qatar, não descobri nada que assombre o mundo como, por exemplo, na Copa de 1974 o Carrossel Holandês assombrou. Não vi nada que assombre o mundo como o tik-taka espanhol assombrou na Copa de 2010 na África do Sul. São nove os esquemas táticos reconhecidos pela FIFA. Meu Deus... Confesso a vocês a minha ignorância. Respeito os papas do assunto. Parabéns aos gigantes que enxergam essas coisas. Para frear o pedantismo de alguns, lembro o que, em tom de brincadeira, dizia o saudoso treinador César Morais: “Esquema só existe um, o 4-3-3. O resto é derivação.” 

Variantes 

O comentarista Wilton Bezerra detesta estatística no futebol, mas gosta de falar sobre esquemas táticos. Admiro a inclinação do companheiro, que se debruça sobre o assunto. Nas suas análises, ele procura ser didático, visando a facilitar a compreensão dos torcedores. Pelo visto, tem mais variantes que a Covid 19 com suas Delta, Ômicron e demais subdivisões. 

Simplificação 

Não raro, o que se observa, até mesmo entre treinadores, é muitas vezes a leitura de esquemas que diferem do que se vê em campo. Há algumas preciosidades usadas para mostrar notável saber sobre o assunto ou para impressionar os torcedores. Uma espécie de tom professoral. Há treinadores assim. Prefiro a simplificação.  

Explicação 

Quem mais eu admiro é o ex-treinador Dimas Filgueiras. A maneira simples de explicar para os atletas permitia a rápida assimilação por parte de seus comandados. Ele falava na preleção e você via em campo a exata reprodução do que Dimas planejava. Era incrível. Vi todas as preleções que ele deu nos jogos fora de casa pela Copa do Brasil de 1994, quando foi vice-campeão da competição. Show.

Retorno 

Vamos aguardar para ver se a atual Copa do Mundo ainda reserva alguma novidade nos modelos táticos. Por enquanto, tem a Espanha tentando trazer de volta o tik-taka. Além de não ser novidade, não tem os requintes do original, da época de Xavi, Iniesta, David Villa, Xabi Alonso, Busquets, Piqué, Puyol. Enfim, é aguardar para ver qual o grau dessa variante do primeiro tik-taka.

 

 

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