Homenagem da TV Globo ao “Macho véi”

Leia a Coluna desta quinta-feira (18)

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Fui tomado de surpresa e emoção, quando, domingo passado, assistindo ao prêmio “Melhores do Ano 2024”, vi a imagem do saudoso Sebastião Belmino projetada simultaneamente pela Rede Globo e pelo SBT para todo o Brasil. Justa homenagem (in memoriam) a quem deixou entre nós a marca de tanto talento. 

Belmino foi um gigante da comunicação. Tinha 76 anos, mas nunca deixou de ser menino. Menino-passarinho, como diria Luiz Vieira. O profissional zeloso, competente, mas traquina, capaz de surpreender com travessuras que o faziam diferente de todos os apresentadores da televisão brasileira. 

Por trás do seu jeito brincalhão, um ser humano extremamente sensível. Um coração generoso. Uma alma doce. Um homem caridoso, amigo, leal. Trabalhei muitos anos com ele. Guardo do Velho Bel as melhores recordações. O que mais me encantou foi a sua permanente solidariedade. 

A homenagem trouxe de volta à telinha o Velho Bel. O seu sorriso. A sua alegria. Lembrei do título da matéria que escrevi, quando de seu falecimento: “Belmino, o sorriso também chora”. Saudade muita, querido amigo! 

 

Imprevisível 

 

Uma das boas qualidades do Belmino era a improvisação. De repente, poderia sair uma brincadeira que mudaria tudo no estúdio. Uma irreverência inata, que fazia parte do programa. Se fosse um programa amarrado, não daria para o Belmino. Tinha que ser solto, livre, dando asas à imaginação. “Macho véi; Macha véia”. 

 

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Com o Belmino, nada de texto rigorosamente lido. Tinha o jeito dele. No meio do texto, ele criava algo que valorizava mais ainda a mensagem. Era o comunicador. Os patrocinadores se renderam à maneira pela qual ele apresentava os produtos. Seu poder de convencimento era maior do que os textos “enlatados”. 

 

Lágrimas 

Várias vezes, nas turbulências da vida, ele marcou presença comigo. Sempre chegou junto. Seu apoio foi permanente. Em algumas vezes, chorou. Quem diria que, por trás daquele homem brincalhão, alegre, festivo, havia o espírito aberto à irmandade, à solidariedade completa.  

 

Estilo 

 

Não há na televisão brasileira um outro apresentador com o estilo do Belmino. Espontâneo, natural, na dele. Até hoje, não há nada parecido com o que ele fez. Inimitável. Como era bom trabalhar ao seu lado. Sua alegria contagiava. Onde o Belmino estava, tristeza não havia. 

 

Saudade 

 

Há pessoas que marcam mais. Belmino marcou. Não por acaso, em rede nacional, a TV Globo e o SBT, em transmissão conjunta, fizeram uma especial reverência à memória do querido Bel. O prêmio “Melhores do Ano 2024” se tornou maior, quando fez de Sebastião Belmino um de seus homenageados.  

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