Glórias e agonias dos ídolos do futebol

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Foto: Divulgação/Seleção Argentina

O tempo passa voando. É um raio. De repente, num piscar de olhos, estão setentões os craques que eu vi desfilando talento pelos gramados do mundo. Alguns ainda mantêm a silhueta dos velhos tempos. Outros, porém, estão pançudos, cabelos brancos. Um dia desses, Messi estava começando a carreira. Hoje, aos 35 anos, apesar das glórias do título mundial pela Argentina e de ter sido escolhido o craque da Copa, caminha para a parte final de sua brilhante carreira. Cristiano Ronaldo, agora com 37 anos, vai chegando ao ocaso.

Diferente de Messi, Cristiano não saiu com o brilho de uma conquista mundial, mas com as lágrimas de um profundo fracasso. Saiu pelas portas do fundo no Qatar. Não faz muito, ele posava como melhor do mundo. Passou. Agora é Mbappé, jovem de apenas 24 anos de idade. Já foi campeão do mundo em 2018, quando tinha 19 anos e 6 meses. Mbappé está no auge da forma e do deslumbramento. Se tiver juízo e não se deixar levar pela fama, certamente alcançará recordes fantásticos. Mas, pelo amor de Deus, não me venham comparar Mbappé com Pelé. Aí será um ultraje. Pelé será eternamente maior que todos, único imortalizado até pelos gols que não marcou. 

Agonia 

Conheci pessoalmente Roberto Dinamite na década de 1980. Um atleta. Um gigante. 1,86m de músculos, força física e talento. Artilheiro notável. Ainda hoje é o maior artilheiro da história do Campeonato Brasileiro com 190 gols. Hoje, Roberto Dinamite, muito magro, luta contra um câncer. Nem parece o gigante de outrora. Faz pena. 

Sofrimento 

Ao fechar a coluna de hoje, vi o boletim médico sobre o estado grave de Pelé, o Rei do Futebol. Também vítima de câncer, ele passa por momentos de muita dor. Pelé, 1,73m, um atleta perfeito, que desfilou pelos seis continentes a arte inigualável de jogar futebol. Somente um insano terá a coragem de comparar Pelé com qualquer outro jogador. É único.  

Imortais 

O saudoso e brilhante jornalista e radialista Carvalho Nogueira, com quem trabalhei na Rádio Uirapuru, na Rádio Dragão do Mar e no Diário do Nordeste, dizia que Pelé e Orlando Silva, o Cantor das Multidões, não deveriam morrer. Teriam de estacionar nos 19 anos para que todas as gerações tivessem a oportunidade de vê-los no auge da carreira. Concordo.  

Sem comparações 

Se o desejo do Carvalho Nogueira fosse possível, as comparações entre gerações diferentes não aconteceriam. Todas as gerações veriam Pelé e Orlando no auge da forma em suas respectivas profissões. E todos se curvariam diante da superioridade de Pelé e Orlando Silva sobre todos os demais.  

Discreto 

Lamentavelmente, Neymar saiu da Copa do Mundo sem o brilho que poderia ter. Acho até que o gol mais bonito da Copa foi o que ele marcou no jogo com a Croácia. Pela idade que tem (30 anos), ainda terá uma última chance de ganhar uma Copa do Mundo em 2026. E, como Messi, voltar para casa campeão do mundo na Copa de sua despedida. Mas terá de mudar muito seu comportamento. 



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