A zona de rebaixamento tem sido um tormento. A pequena margem que separa quem está fora de quem está dentro é motivo de muita apreensão. É imprevisível a situação dos que orbitam pouco acima dos 30 pontos. A qualquer momento poderão visitar o patamar de baixo. Apenas a Chapecoense, na lanterna, com 13 pontos, já está nos estertores, só aguardando a certidão de óbito. E assim a Série A nacional vai até o fim. Quem acumulou gordura para queimar fica um pouco mais tranquilo. Quem, como o Ceará, caiu do sétimo lugar para o 14º posto, tem todos os motivos para medos e espantos. Foram sete posições. Pior é que, com o técnico Tiago Nunes, não alcançou uma produção capaz de animar. Pelo contrário, o primeiro tempo no empate com o Juventude foi desolador. Melhorou um pouco na fase final, mas longe de trazer esperanças de um futuro melhor. A história tem mostrado que a Série A nacional é useira e vezeira na produção desses fenômenos negativos no returno. Times que vão bem no turno acabam desabando na “virada da montanha”. Lamentavelmente com o Ceará está acontecendo assim. É imprevisível o jogo com o Bahia, amanhã, na Fonte Nova.
Há uma rixa entre Ceará e Bahia. Quando o Ceará, em cinco jogos, ganhou quatro do Bahia e empatou um e também conquistou a Copa do Nordeste em Salvador, a imprensa passou a chamar o Bahia de freguês. O Bahia deu o troco: foi campeão da Copa do Nordeste no Castelão e obteve mais uma vitória na sequência. A situação se inverteu. Há ranços vivos. Complicado o desafio amanhã.
Vai o Fortaleza fazer o que lhe for possível diante do Atlético Mineiro. O caso já está dado como perdido. Então, não adianta desespero, pressão, tensão. Vai lá, joga, faz o que pode e pronto. Como disse ontem: não é abdicar, desistir. Não é isso. Busca a classificação, sim. Mas sem desespero. Se der, ótimo. Aplausos. Se não der, já era de se esperar. Aí passa a mirar somente a Libertadores.
Com a excelente vantagem que tem, já pode o Atlético-MG comemorar por antecipação o título de campeão brasileira da Série A 2021? Ora, no futebol não é recomendável qualquer tipo de comemoração antecipada. Há uma espécie de consenso, considerando que a qualidade do Atlético e a pontuação por ele alcançada permitem tal comemoração. Bom, cada um faça o que lhe aprouver.
A dança de treinadores é incrível. Quem poderia imaginar que Guto Ferreira, algoz do Bahia quando foi treinador do Ceará, agora estaria, como está, justo do outro lado, ou seja, técnico do Bahia, pronto para ser o algoz do Ceará? Guto sabe tudo do Ceará e mais alguma coisa. São as voltas que a vida dá.