Fim dos Campeonatos Estaduais
Leia a Coluna desta sexta-feira (30)

Há mudanças gerais no futebol brasileiro. Um ano de apreensões. O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, foi afastado por decisão judicial. Em uma eleição, às pressas, o senhor Samir Xaud assumiu o comando da entidade. Pela primeira vez, um técnico estrangeiro vai dirigir a Canarinho em uma Copa do Mundo.
Um solavanco que ainda vai ser avaliado com o passar do tempo. Uma mexida geral. Impossível dizer se vai dar certo. Também não posso antecipar comentários sobre Samir Xaud. Não o conheço. Mas posso criticar a sua posição de querer reduzir mais ainda os certames estaduais.
É melhor ter a coragem de extinguir mesmo. Pronto. Fim. Não dá mais e acabou. Já era. Já passou. Morreu. Não gosto de subterfúgios. Gosto das coisas claras, explícitas. Como reduzir o que já está reduzido ao mínimo dos mínimos. Faz um “Torneio Início”, de gracinha, e manda todo mundo para casa.
Sou defensor intransigente dos campeonatos estaduais, berço de tudo. A tradição e a história não podem ser atiradas na lata do lixo. Cabe aos dirigentes tornar rentáveis tais competições. Se não têm competência para tal, entreguem o cargo.
Inanição
Ainda não ouvi a opinião do presidente da Federação Cearense de Futebol, Mauro Carmélio, a respeito do assunto. Certamente dirá que não é intenção do novo presidente da CBF extinguir os certames estaduais senão apenas reduzi-los. Para mim, reduzir o que já é mínimo leva à morte por inanição.
Má vontade
Não é de hoje a má vontade dos dirigentes e de alguns clubes para com os campeonatos estaduais. É interessante que cada um tenha a coragem de assumir suas posições. Não dá mais para ficar em cima do muro. O assunto é sério e envolve muitos interesses, máxime dos clubes do interior.
Proposta
Por favor, não venham com projetos alinhavados e enganadores, tentando justificar a continuação de um certame reduzido nas datas, na importância, no tamanho e na qualificação. Ou faz para valer, ampliando-se as datas, ou não faz. O tempo do pirulito já passou.
Destino
Vou aguardar algum esclarecimento sobre o que realmente pretende o novo presidente da CBF, no tocante aos campeonatos estaduais. Por enquanto, a redução de datas continua sendo para mim um eufemismo usado para encobrir o desejo de extinção. Um balão de ensaio para ver como reagirão os atores partícipes do evento.
Coveiro
O esporte é composto por dirigentes que edificam e incrementam os diversos segmentos. Mas também é composto por gente sem tirocínio e capacidade criativa. São os que logo optam por extinguir o que ainda poderia ser motivo de recuperação. São o que fazem o papel de coveiro: só chegam para sepultar.