Festa e frustração marcaram o último jogo do ano
Leia a Coluna desta terça-feira (23)
O Corinthians ganhou (1 x 2) do Vasco da Gama, no Maracanã. Levou para casa o troféu de campeão da Copa do Brasil. A vibração da equipe e da torcida corintiana marcaram um contraste com o sentimento de frustração que tomou conta da família vascaína.
Dorival Júnior, técnico corintiano, foi perfeito no modelo que adotou. Explorou os fartos espaços que o Vasco oferecia. Fernando Diniz demorou a perceber isso. Além do gol de Yuri Alberto, o Corinthians ainda teve duas belas oportunidades em contra-ataques, advindo de lançamentos longos, que pegavam aberta a defesa cruzmaltina.
Quando o Vasco empatou e foi para o intervalo em igualdade, pensei que Fernando Diniz optaria por fechar o espaço por onde os corintianos trafegam livremente. O Vasco adiantou suas linhas. Exatamente por aí o Corinthians ganhou o jogo. O time paulista foi cirúrgico e letal.
Dorival ganhou o jogo. Fernando Diniz não soube fazer um Vasco consistente. Preferiu seguir em cima, dando todos os espaços ao visitante. Daí a festa do campeão Corinthians. Daí mais uma frustração cruzmaltina.
Jejum
A frustração do Vasco, após a derrota para o Corinthians, foi muito maior do que se imagina. Não quebrou um jejum que vem desde 2017 (foi campeão carioca de 2016). Perdeu a chance de disputar a Copa Libertadores. Enfim, parece que desaprendeu a ganhar título.
Liderança
A meu juízo, está faltando em campo uma liderança vascaína. O Vasco de Luiz Bellini tinha um capitão, líder carismático, que sabia se impor. O Vasco de Roberto Dinamite tinha também um líder em campo, que se fazia ouvir nos momentos mais difíceis de um desafio. Hoje falta ao Vasco um líder assim.
Exemplo
O Corinthians soube provocar tumultos, quando o Vasco estava bem melhor. A confusão paralisou o jogo. Foi melhor para o Corinthians que assim pode respirar e frear o ímpeto do Vasco. Lamentavelmente, o Vasco entrou na provocação corintiana. Era tudo que o Corinthians precisava.
Experiência
Ficou muito claro que a experiência corintiana soube ganhar o jogo. Usou de astúcia. No jargão do futebol isso significa catimbar. Dorival Júnior também me pareceu mais matreiro do que Fernando Diniz, pelo menos nesta decisão. Fernando sempre deixou o Vasco exposto ao contra-ataque corintiano. Um erro imperdoável.
Pragmático
No último jogo do ano, houve emoção de sobra no Maracanã. Teve um Corinthians que não foi melhor em campo, mas soube ganhar. Teve um Vasco melhor, na maioria do tempo, mas sem saber traduzir em vitória no placar. O título acabou ficando nas mãos de quem foi mais pragmático na hora de definir. Futebol agora só em 2026.