Efeitos da mudança de treinador no Ceará

Confira a coluna desta segunda-feira (20)

Legenda: Tom Barros avalia os efeitos da mudança de treinador no Ceará.
Foto: Kid Junior/SVM

Não gosto de me ater ao número de jogos invictos de um time de futebol. Não raro, a invencibilidade é elemento provocador de ilusões. Gosto de me ater à produção da equipe. É na qualidade produzida que o crítico deve se basear. Houve muitos temores com a mudança de treinador no Vozão.

A saída de Dorival Júnior gerou expectativa sobre uma possível queda na proposta do clube. Esses temores foram afastados nos dois primeiros jogos sob o comando de Marquinhos Santos. Ele cuidou de alterar o mínimo possível o que vinha sendo posto pelo seu antecessor. Mas o destino, sempre ele, chegou com suas surpresas.

E o Ceará se viu sem seu melhor atleta, Mendoza, justo diante de um time grande e forte como o do Atlético-MG. O Vozão segurou a barra. Garantiu o empate. No jogo seguinte, em Cuiabá, Marquinhos Santos não pôde contar com Vina e Mendoza, as duas maiores referências do clube.

Sem eles, seria natural, como foi, a queda de qualidade, mas sem afetar os objetivos iniciais. Na Arena Pantanal, o Ceará segurou novo empate. Pelo menos até aqui, eu não vi no Ceará nenhum efeito negativo com a mudança do comando técnico. Vida que segue.    

Veja também

Alerta geral 

Muito perspicaz a análise feita pelo companheiro Gustavo de Negreiros a respeito da situação do Fortaleza. A sequência de insucessos, que resultou nas recentes agressões aos atletas, tem tudo a ver com desarranjos internos só agora detectados na sua verdadeira dimensão. Time dividido internamente é inimigo de si próprio.  

Compromisso 

Dá para perceber quando o grupo está fechado em torno de um objetivo. Não há dissensão. Não há indisciplinas. Há um respeito ostensivo ao comando. Desde a saída do goleiro Felipe Alves, como disse Gustavo de Negreiros, ficou uma névoa sobre os verdadeiros fatos que culminaram com aquela inesperada decisão. Agora as insatisfações mais agudas estão vindo à tona.  

Recado 

No artigo em que sugeri uma decisão forte do presidente Marcelo Paz, sequer levei em conta tais desarranjos internos. Tomei por base apenas a ameaça de rebaixamento. O presidente terá de ser mais contundente. Por falta de um grito se perde uma boiada. Agora, a prioridade do Fortaleza terá de ser o Campeonato Brasileiro, o Campeonato Brasileiro, o Campeonato Brasileiro...    

Agressão 

Por mais que esteja ruim a situação do Fortaleza, nenhum torcedor tem o direito de agredir quem quer que seja. Torcedor que lesiona terceiros, atletas, dirigentes, não é desportista: é marginal. E como marginal deve ser tratado. Não é para estar no mundo civilizado de um estádio de futebol, mas isolado nas celas dos malfeitores. É bandido covarde torcedor que agride atletas indefesos.