Crise de saudade e nostalgia

Leia a coluna de Tom Barros

Escrito por
Tom Barros producaodiario@svm.com.br
Legenda: Campanha brasileira foi marcada por nomes como Branco, Romário e Dunga
Foto: Foto: AFP

Ontem, recebi uma mensagem muito interessante. Uma mensagem que me transportou em lembrança à Copa do Mundo de 1994 nos Estados Unidos, onde estive cobrindo o evento. O autor da proeza foi o neto do Macaúba, ídolo coral homenageado por mim no TBT de quinta-feira passada. 

Neto encontrou na Internet a narração, que fiz, dos gols da vitória da Alemanha (2 x 1) sobre o Marrocos na Copa de 1994. Narrei para a Verdinha e para a Rádio Record, de São Paulo. No mesmo áudio, há também narrações do saudoso Carlos Fred. Fiquei surpreso ao ouvir um trabalho realizado há 31 anos. 

Foi a Copa do tetra. A Copa do Romário assim como a Copa de 1962 foi do Garrincha e a de 1970 foi do Pelé. Olho pelo retrovisor. Vejo como tudo passou tão rápido. Meus companheiros na Copa de 1994 não estão mais aqui. Sérgio Pinheiro, Carlos Fred, Herbert Fontenele e Cézar Rizzo já partiram. Saudade muita. 

Quando o Brasil voltará a ganhar uma Copa do Mundo? Não sei. A atual Seleção Brasileira, agora comandada por Ancelotti, ainda não transmite a confiança necessária. Prevalece, pois, a nostalgia dos vitoriosos tempos. 

Mesma pergunta 

Ontem estive na feira livre do Parque Dois Irmãos. Eu e a Daniella de Lavor fomos fazer uma matéria para o Bom Dia Nordeste. Lá, a pergunta que mais me fizeram foi: é possível o Fortaleza permanecer na Série A? Notei a angústia da torcida tricolor. Todos querem uma palavra de esperança. 

Resposta 

Todos, certamente, gostariam de ouvir uma palavra animadora. Uma esperança a mais. Mas sabem que o time está mais para o cadafalso da eliminação do que para o palco da permanência na elite. A resposta é realista. É dura. Está difícil. Mas a guerra não terminou. Matematicamente ainda dá. 

Situação 

Por mais incrível que pareça, há torcedores do Ceará também preocupados. Apesar de o Vozão permanecer em uma faixa confortável, ou seja, 11º colocado, com 28 pontos, não faltou quem me perguntasse se havia risco de queda de produção e descida para a zona baixa. Resposta simples: não vejo risco no momento. 

Distância 

O Ceará tem seis pontos acima do primeiro time da zona baixa, ou seja, o Vitória de Salvador, que está com 22 pontos. Considero a margem segura, não obstante um ponto a menos dos sete pontos que o saudoso Dimas Filgueiras entendia como vantagem ideal.  

Conclusão 

Estou vivendo entre a nostalgia de conquistas passadas e a esperança de novas conquistas. Mas, pela situação atual do futebol brasileiro, não me vejo tão animado. Prefiro me apegar às gravações do passado como a que o Neto me enviou. Tempo de vitórias brasileiras pelos gramados do mundo. 

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