Concentração total na grande decisão

Leia a coluna de Tom Barros

Legenda: Ceará e Fortaleza se enfrentam neste sábado (6), na Arena Castelão.
Foto: Thiago Gadelha/SVM

Pronto. O Fortaleza fez a parte que lhe cabia na estreia pela Sul-Americana. Foi ao Paraguai e ganhou do Trinidense (0 x 2). Agora é voltar todos os holofotes para o jogo de amanhã diante do Ceará. Já o Vozão, que pegou a semana livre, aproveita o tempo para efetuar alguns ajustes. Hoje, tem até um treino aberto ao público em Porangabussu. Atitude simpática, que visa a aproximar mais ainda o torcedor. São as providências finais, antes da grande decisão. No começo do ano, ficou bem claro o objetivo de cada um dos rivais.

A meta principal do Ceará continua sendo o retorno à elite nacional, ou seja, ganhar uma vaga na Série A de 2025. A segunda meta é exatamente impedir que o Fortaleza alcance seu sexto título estadual consecutivo, um fato inédito na história do nosso futebol. Dentre os objetivos do Leão, o hexa está entre as prioridades, claro. Costumo dizer que uma decisão assim, de tamanha magnitude, desvincula-se de tudo o que foi produzido antes. Não adianta buscar dados da fase de grupos ou das fases seguintes da competição. Não adianta uma análise comparativa, levando em conta os três clássicos anteriores. Esqueçam tudo. Clássico decisivo é único, exclusivo, escrito em 90 minutos e acréscimos.  

Imprevisível 

Não há favorito. Está aberto. O herói do título, não raro, surge de repente. De um momento inesperado. Às vezes, no último minuto. Ou no primeiro. Pode ser o goleiro. Pode ser o atacante. Está escrito nas estrelas. Ninguém sabe o roteiro. Vem dos bancos ou sai dos bancos. São situações traçadas na hora ao ritmo da partida. 

Exemplo 

Quando o Ceará ganhou o tetracampeonato em 1978, o jogo já se encaminhava para o fim. O mais provável seria mesmo o empate (0 x 0). Mas, já nos acréscimos, o atacante Jangada, do Ceará, cruzou. Tiquinho surgiu pelo meio e marcou o gol do título. Virou herói. O saudoso Tiquinho entrou para a história, imortalizado. 

Exemplo II 

Em 2015, o Ceará fez a final com o Fortaleza. O Vozão, se ganhasse, seria pentacampeão. Aos 45 do segundo tempo, Assisinho fez Ceará 2 x 1. Seria o gol do título. E ele, Assissinho, o grande herói do penta. De repente, Tinga cruza. Cassiano surge e faz o gol do empate que deu o título de campeão ao Fortaleza. Assissinho foi herói por dois minutos. Mas o herói foi Cassiano, que fez o gol aos 47. 

É assim 

As decisões são assim, cheias de heróis prováveis e cheias de heróis improváveis. A situação pode mudar em um segundo. Daí o risco de alguns torcedores que gostam de comemorar o título antes de a partida terminar. Comemoração antecipada só pode ocorrer se houver uma ampla vantagem de algum dos rivais. Uma vantagem com dois gols de diferença não segura ninguém.   

Comemoração 

Prefiro esperar pelo resultado definitivo, quando o árbitro encerra a partida e não há como alterar o que está posto. Minha experiência já viu muita gente quebrar a cara porque festejou de forma precipitada um título que ainda não estava definitivamente conquistado. Então, calma gente. Lembrem-se de Tiquinho e Cassiano, heróis dos minutos finais.   



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