Ceará Sporting Club acima das vaidades humanas

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Foto: Divulgação/Ceará SC

O pior que tinha de acontecer ao Ceará em 2022 já aconteceu: eliminado do Campeonato Cearense, da Copa do Nordeste, da Copa do Brasil e da Série A, de onde foi vergonhosamente rebaixado. Um ano de decepções. Há, porém, algo mais grave: o conflito interno. Este, sim, é perigoso. Se não for solucionado, o Vozão correrá o risco de cair para a Série C. Anotem a data desta advertência: 17 de novembro de 2022. Briga interna em time de futebol é a maior causa de fracassos em sequência. Conheci times que afundaram como consequência das vaidades humanas.

Dirigentes que pensaram somente em si, nas suas posições sociais e nos seus interesses. E deixaram de lado os interesses do clube. Não sei se é isso o que está acontecendo em Porangabuçu. Só sei que, enquanto o Ceará permanecia na primeira divisão, as coisas fluíam sem que viessem à tona as complicações e divergências interiores. Depois que o time foi rebaixado, estouraram bombas por todos os lados. Mas é preciso cuidado também com os que atiram mais gasolina para ver o circo pegar fogo. A oposição tem de ser responsável. A retomada do Ceará obrigatoriamente terá de passar pelo caminho da pacificação.     

Habilidade 

Agora lembrei o saudoso dirigente alvinegro, Elias Bachá, que presidiu o Vozão de 1956 a 1960. Habilidoso, inteligente. Foi bicampeão cearense em 1957 e 1958. Um pacificador. Sabia contornar os problemas mais graves, sem a necessidade de estremecimentos internos. Sabia liderar. Não tinha outros interesses. O interesse dele era exclusivamente o Ceará. 

Dificuldades 

Observem que o Ceará terá de correr contra o tempo para montar o time, visando à temporada de 2023. Os melhores jogadores devem ir embora. Seus empresários farão tudo o que for possível para levá-los aos times da Série A. Os melhores técnicos do Brasil também não querem treinar times da segunda divisão. É complicado. 

Três anos na “B” 

O Cruzeiro caiu para a Série B em 2019. Tentou voltar para a Série A em 2020 e 2021, mas não conseguiu. Só agora em 2022, no terceiro ano de Série B, alcançou êxito. E olhe que teve treinadores como Felipão e Vanderlei Luxemburgo. Ambos fracassaram. O Cruzeiro só voltou à elite graças ao investimento do ex-jogador Ronaldo Fenômeno, novo dono do clube. 

Lição 

O Ceará deve se espelhar no Grêmio e no Bahia. Ambos caíram para a Série B em 2021. Passaram apenas um ano na segunda divisão. Agora, em 2022, já subiram novamente para a Série A, onde estarão em 2023. O Vasco, que agora volta para a Série A, passou dois anos na B: 2021 e 2022. O Ceará deve estudar muito bem a sua nova situação.  



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