Ceará e Botafogo, da camisa ao saldo de gols

Leia a coluna de Tom Barros

Escrito por
Tom Barros producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 07:20)
Legenda: Ceará enfrenta o Botafogo na próxima rodada do Brasileiro.
Foto: Samuel Conrado/SVM

Há muito, os dois alvinegros não se encontravam em situação tão semelhante: mesmas cores, 15 pontos, 10 jogos, quatro vitórias, três empates, três derrotas e onze gols pró. A diferença está apenas no fato de o Botafogo ter sofrido apenas cinco gols, enquanto o Ceará sofreu oito. Portanto, parecidos em tudo. 

Não obstante muito parelha a campanha de ambos, o Botafogo é apontado como franco favorito. Vários fatores contribuem para tal favoritismo. O primeiro deles é exatamente o time carioca jogar em casa, no Engenhão. O segundo é o fato de o Ceará ter reconhecidas limitações, a despeito da boa campanha. 

Na derrota diante do Atlético de Minas, na rodada passada, em pleno Castelão, o Ceará não jogou bem. Pelo contrário, deixou muito a desejar. O ataque não funcionou. Aceitou demais o Atlético, máxime no segundo tempo, quando o atacante Hulk entrou. Em outras palavras: em casa, não soube se impor. 

A favor do Ceará o seu sistema defensivo, que tem se mostrado sólido, embora precise de mais de atenção no jogo aéreo dos adversários. Está aí um ótimo momento para o reencontro de Pedro Raul com o gol. É a esperança. 

Polêmica 

No Fortaleza abriu-se forte debate sobre quem deve sair e quem deve ficar. Cuidado com as precipitações. Nos momentos de crise, a primeira atitude é esfriar a cabeça. Somente com serenidade será possível uma avaliação isenta. Cuidado para não mandar embora quem deseja ficar e ficar com quem deseja sair. 

Posição 

Há jogador que, pelas circunstâncias do momento, deseja sair. Mas, se houver mudança de cenário para melhor, pode mudar de ideia. Às vezes, o ambiente está carregado, insuportável. Mas, se o ambiente se tornar saudável, o atleta pode perfeitamente rever a sua posição. 

À distância 

Quero acreditar que somente quem convive com os atletas, conhecendo de perto o dia a dia deles, os seus problemas pessoais, pode entender a queda de produção ou as oscilações daí decorrentes. A avaliação tem que ser ampla, não se restringindo apenas à produção em campo.  

Missão 

Sérgio Papellin retorna ao departamento de futebol do Fortaleza, tendo como uma de suas missões mais delicadas quebrar as arestas. Ele tem jogo de cintura. É muito hábil no trato das questões, máxime as que exigem sensibilidade ao lidar com jogadores de futebol.  

Salários 

A vaidade humana pode arruinar um ambiente que antes era agradável. A inveja humana pode destruir relacionamentos que antes eram saudáveis. Pior de tudo é a comparação salarial. Esta é terrível porque mistura inveja e vaidade. O risco existe quando um jogador chega ganhando bem mais... Aí o estrago é grande. 

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