No começo de uma competição, seja de que tipo for, não dá para se ter uma ideia do que os times poderão aprontar. Começo lembrando a Copa do Mundo do Qatar. Quando, na estreia, a Argentina perdeu para a Arábia Saudita, o pau cantou nos lombos de Messi e companhia. Os críticos mal poderiam imaginar o que viria depois, ou seja, Messi consagrado, nos braços da torcida, definitivamente no coração dos compatriotas e elevado ao mesmo pedestal de Maradona. Portanto, corre sério risco de errar na avaliação quem tira conclusões precipitadas.
O correto é esperar um pouco mais. Costumo dizer que somente após cinco rodadas é possível a formação de um juízo seguro sobre a produção das equipes. Esse tempo é o que considero razoável para verificar as propostas e execuções, o ritmo, a evolução, enfim, o que se pode extrair de positivo e negativo diante dos fatos concretos ao correr da bola. Até agora, o que há de mais palpável é a dificuldades dos times médios. A rigor, só mesmo muito apego ao futebol para manter times de receita mínima como Atlético, Caucaia, Iguatu, Barbalha, Maracanã e Pacajus. Fico impressionado com a dedicação dessa gente. É muito amor à arte.
Favoritos
Pelos resultados iniciais, os favoritos ao título estadual de 2023 são Fortaleza, Ceará e Ferroviário. Vale lembrar que ser favorito não é certeza de vitória, mas apenas um indicativo de condições mais adequadas. Aliás, antes mesmo de a bola rolar, pela diferença de estrutura física e financeira, já se sabia que os três grandes da capital estariam inicialmente em vantagem.
Copa do Nordeste
Quando a análise passa a ser Copa do Nordeste, a avaliação assume características diferentes. Os parâmetros são outros. Aí estão Bahia, Sport, Santa Cruz, Náutico, Sampaio Corrêa, Vitória, ABC... São equipes que dispõem de suporte para mostrar trabalho convincente. Predomina maior equilíbrio.
Nordestão
A história das competições envolvendo clubes de futebol do Nordeste, segundo registros oficiais, teve início em 1923, sob o nome de Troféu Nordeste, competição vencida pelo América de Pernambuco. Também consta o Nordestão (Torneio Norte/Nordeste), disputado apenas em três edições: 1968 (Sport, campeão), 1969 (Ceará, campeão) e 1970 (Fortaleza, campeão).
Diferença
Há grande diferença entre o Torneio Norte/Nordeste e a Copa do Nordeste. Esta é disputada somente por clubes do Nordeste. O Torneio Norte/Nordeste tinha maior amplitude porque envolvia times das duas regiões. Assim, em 1969, o Ceará decidiu com o Remo. E, em 1970, o Fortaleza decidiu com a Tuna de Belém. Ceará e Fortaleza foram os campeões.
Repercussão
É lamentável que o Torneio Norte/Nordeste pouco seja lembrado nos registros da CBD (hoje CBF), que o chancelou nas três edições. Foram títulos memoráveis conquistados por Sport, Ceará e Fortaleza. Atualmente, a CBF só destaca a Copa do Nordeste. O Torneio Norte/Nordeste, o legítimo Nordestão, tem registro secundário. Um absurdo.
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