As luzes do Natal e a Cruz no futebol
Leia a coluna do Tom Barros

Uma parada no futebol, que é o meu dia a dia. Não custa nada uma pequena pausa para refletir também sobre outros temas. Claro que o Natal está aí. A cidade iluminada. Avenidas e ruas, praças e parques, casas e edifícios ornamentados para festa do nascimento de Cristo.
Jesus Cristo nasceu em uma manjedoura, não em palácios. Ao escolher os apóstolos, foi buscá-los entre os pescadores. No Sermão da Montanha, deixou claro: “Bem-aventurados os mansos porque possuirão a terra (o Reino de Deus); bem-aventurados os pacificadores porque serão chamados filhos de Deus.”
Passados mais de dois mil anos, sua mensagem ainda ecoa. Continua atualizada. Entretanto, em vários lugares do mundo, no lugar da paz, reina a guerra. No lugar do amor, prevalece a estupidez. No lugar da preservação da vida, predomina a matança. Que mundo é este?
As luzes do Natal revelam que a fé cristã resiste. Apesar de tudo, persiste. É a única força capaz de transformar o homem, tornando-o amigo, solidário, capaz de amar o próximo como Jesus Cristo nos amou.
Perseguição
Na Copa do Mundo de 1970, no México, um fato chamou a atenção de todos os povos. O Brasil enfrentava a Tchecoslováquia, então um país comunista. O regime proibia a prática da religião. Igrejas foram fechadas na Tchecoslováquia. Os cristãos perseguidos.
Desafio
Na Seleção Tcheca, o atacante Petras abriu o placar (Tchecoslováquia 1 x 0 Brasil). Ao comemorar o gol, Petras ajoelhou-se e fez o sinal da cruz, prática do catolicismo. Ele teve a coragem de revelar a sua fé. Não se preocupou com o que poderia sofrer de punição por parte do regime comunista. Ato de coragem e fé inabalável.
Reação e vitória
A Seleção Brasileira, após sofrer o gol de Petras, venceu por 4 a 1. Mas a imagem que repercutiu no mundo foi o sinal de cruz, feito por Petras. É impossível abafar a voz de quem tem fé. Os santos mártires estão aí para provar. Passarão o céu e a terra, mas a palavra de Cristo não passará.
Hoje
Hoje, Ladislav Petras está com 78 anos de idade. Em 1976, ele foi campeão da Eurocopa pela Tchecoslováquia, derrotando na final a Alemanha Ocidental. A Tchecoslováquia, após o fim do regime comunista, dividiu-se em República Tcheca e República Eslováquia. Nos dois países a religião cristã voltou com toda pujança.
Visita
Em 2010, após o fim do regime comunista, eu visitei Praga, capital da República Tcheca, e visitei a Bratislava, capital da República Eslováquia. Nos dois países, vi as igrejas cristãs em plena efervescência. Em Praga, quando entrei na Igreja do Menino Jesus, ao fazer o sinal da cruz lembrei do corajoso gesto de Petras, um bravo cristão.