Ontem meditei muito sobre o assunto que ocuparia o espaço da coluna de hoje. Já escrevi sobre futebol do passado, de ídolos, de casos, de jogos épicos, de conquistas memoráveis. Já escrevi sobre o possível retorno do Campeonato Cearense e suas circunstâncias. Já escrevi sobre as consequências da Covid-19 nos diversos aspectos. Já escrevi sobre os ambulantes que ocupavam as áreas no entorno dos estádios. Já escrevi na transformação do PV, estádio que eu adoro, em hospital de campanha. Já escrevi sobre torcedores que foram símbolo de divulgação dos seus clubes. Já escrevi sobre os autores dos hinos dos clubes cearenses. Já escrevi sobre os jogadores cearenses que atuaram pela seleção brasileira principal. Já escrevi sobre a preocupação com a memória do futebol cearense, após o desaparecimento dos nossos principais pesquisadores. Já escrevi sobre o modelo Fifa que apequenou o Maracanã. Já escrevi sobre “Torneio Início”, tipo de disputa que as novas gerações sequer ouviram falar. Já escrevi sobre a apreensão dos fisiologistas com relação à volta dos atletas após três meses de paralisação, máxime tendo de ingressar de imediato em competições de alta performance. Já escrevi...
Bola rolando
Haverá assunto de sobra quando a bola rolar. É a matéria-prima. Daí o debate. Daí as opiniões favoráveis e desfavoráveis. As polêmicas salutares decorrentes das questões levantadas pelos jogos e suas consequências. Verdade que tem bola rolando em alguns países. Tudo bem. Mas não é coisa nossa.
Voo cego
Acompanho o futebol cearense desde 1957. A rigor, comecei a ir ao estádio no finalzinho de 1956. Mas acompanhar mesmo para valer foi de 1957 em diante. Aí me dei conta dos ídolos. Nunca vi, porém, algo sequer parecido com a situação agora experimentada. Está todo mundo tateando, patinando, em busca de respostas. Voo cego.
Confusos
Os próprios cientistas e pesquisadores atônitos, perplexos, sem uma definição clara para explicar a desgraça que se abateu sobre a terra. A Medicina em rumos tão diferentes que geraram conflitos de opinião e de métodos. Nada concreto. A própria Organização Mundial da Saúde internada na UTI das contradições.
Pílulas
Aviso aos narradores de rádio: tomem cuidado com as pregas vocais. São meses também sem transmissão de futebol. De repente, terão de retornar no pique dos jogos de alto rendimento. Uma preparação com os exercícios adequados será fundamental.
As recomendações dos fonoaudiólogos serão importantes. As cordas vocais são um tecido musculoso. Portanto, exigem cuidado especial para evitar sobrecarga. Narrar pela televisão é mais fácil. Narrar pelo rádio representa extremado esforço vocal de quase duas horas.