Argentinos e portugueses, a nova preferência nacional
Leia a Coluna desta segunda-feira (21)
Desde a chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, em 1500, no século XVI, nunca parou a vinda de irmãos portugueses para a terrinha em que se plantando tudo dá. Mas a rota inversa também foi intensificada nos últimos anos: brasileiros se mandando para Portugal.
No futebol, mais recentemente, começou uma febre pelos treinadores portugueses. E começou também uma febre pelos jogadores argentinos. Deixou de ser um modismo. Virou algo bem definido como um intercâmbio em curso. Assim, vieram treinar times brasileiros os portugueses Abel Ferreira, Jorge Jesus, Artur Jorge, Renato Paiva...
Não dá para contar o número de jogadores argentinos que atuam no Brasil. No embalo das conquistas da seleção comandada em campo por Lionel Messi, uma profusão de conterrâneos dele se mandou para as bandas de cá. No Fortaleza houve grande acolhida.
Que sejam bem-vindos não apenas os portugueses e os argentinos, senão todos os estrangeiros de qualquer nacionalidade, desde que tenham compromisso e responsabilidade profissional.
Era assim
Numa das fases mais brilhantes do futebol brasileiro, os portugueses contrataram um treinador brasileiro, Otto Glória. Ele dirigiu a Seleção Portuguesa na Copa do Mundo de 1966. Otto fez um belo trabalho. Ficou em terceiro lugar, atrás apenas da Inglaterra (campeã) e da Alemanha (vice). O Brasil foi eliminado na fase de grupos.
Vitória
Otto Glória comandou a Seleção Portuguesa na vitória (3 x 1) sobre a Seleção Brasileira, na Copa de 1966. O Brasil foi eliminado nesta partida, pois, na rodada anterior, havia perdido também por 3 a 1 para a seleção da Hungria. O técnico brasileiro, Otto Glória, estava no auge de sua carreira.
Clubes
Em Portugal, Otto Glória foi treinador do Benfica, Belenenses, Porto e Sporting, principais times de lá. No Benfica, foi quatro vezes campeão português (1954-55, 1956-57, 1967-68, 1968-69). No Sporting, foi campeão uma vez (1965-66). Comandou jogadores famosos como Eusébio, Coluna, Zé Augusto, Simões e José Torres.
Mudou
De alguns anos para cá, as coisas se inverteram. Os brasileiros passaram a apostar nos técnicos portugueses, dentre eles, Jorge Jesus, Abel Ferreira e Artur Jorge. No Flamengo, Jorge Jesus foi campeão brasileiro (2019), campeão da Libertadores (2019) e campeão carioca (2020). Teve seu nome cotado para dirigir a Seleção Brasileira.
Outros campeões
No Palmeiras, Abel Ferreira foi campeão paulista (2022, 2023 e 2024), campeão brasileiro (2022 e 2023), campeão da Libertadores (2020 e 2021) e campeão da Copa do Brasil (2020). Abel teve seu nome lembrado para dirigir a Seleção Brasileira. No Botafogo, Artur Jorge foi campeão brasileiro (2024) e campeão da Libertadores (2024).