A Suíça não viu o gol

Leia a coluna desta terça-feira

Legenda: Vini Jr é um dos destaques da seleção brasileira.
Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Alguém cronometrou o tempo em que Vini tocou a bola para Rodrygo e de Rodrigo para Casemiro disparar o míssil? Eu estava olhando atentamente a telinha, mas só já vi a bola balançando a rede. Vi o goleiro Sommer, com cara de espanto, tentando entender como o gol aconteceu. Tive que ver a repetição do lance para compreender que o futebol brasileiro mistura ilusionismo e realidade. Não há defesa no mundo que consiga deter uma movimentação baseada na rapidez de raciocínio e no talento refinado.

Os semblantes de Widmer, Akanji, Elevedi, Frei e Freuler mostram a surpresa deles quando viram Casemiro comemorar o gol. Só aí se tocaram e entenderam que a derrota chegara. O Brasil foi melhor no primeiro tempo, apesar de poucas finalizações. A rigor, só uma chance com Vini. Ainda houve uma conclusão de Raphinha, mas sem perigo. A Suíça não incomodou. Na fase final, houve um curto momento em que os suíços tomaram conta do jogo. Assustaram. Mas foram travados nas conclusões. Mas o Brasil, com extrema paciência e responsabilidade, logo retomou as rédeas da partida. Vini fez um gol, que o VAR anulou. Foi o primeiro recado. O segundo recado veio em forma de explosão: Casemiro, 1 a 0. Terminou. 

O melhor 

Na minha avaliação, Vini Jr foi o melhor do jogo, seguido de Casemiro. Mas o Brasil cometeu o pecado de concentrar suas jogadas mais insinuantes pelo lado esquerdo. Isso facilita a marcação. É preciso que Raphinha cresça de produção. Ele teve discreta participação na vitória sobre a Sérvia. E ontem também ficou aquém do que pode render.  

Afirmação 

Rodrygo entrou bem. Entendo até que se enquadrou melhor que Lucas Paquetá. Na medida em que trabalhou mais próximo de Vini, fez papel semelhante ao trabalho que faz o Neymar. Tenho a impressão de que Rodrygo ganhou a posição de reserva imediato de Neymar, nos impedimentos do mais importante jogador das Canarinho. Apenas uma avaliação minha. 

Estreias 

Bruno Guimarães se mostrou ansioso nos primeiros momentos, mas depois entrou no ritmo. Alex Telles fez um trabalho seguro. Não sentiu a estreia. Isso é muito bom. Dos estreantes, Militão foi quem teve a maior responsabilidade. Fazia tempo que ele não atuava como lateral. Cumpri muito bem a missão de substituir Danilo. 

Importante 

A ausência de Neymar mostrou importância dele na Canarinho. O trabalho que ele faz na articulação abre espaços. Geralmente, dois ou três marcadores o acompanham. Foi assim no primeiro gol diante da Sérvia. Será fundamental o retorno dele nas oitavas, quando seleções mais perigosas estarão no caminho da Canarinho. 

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