Embora o Ceará ainda tenha, matematicamente, chances de chegar ao G-4, são perceptíveis as barreiras que terá para alcançar seu desiderato. A principal delas é de ordem interna. Está chegando setembro e o time ainda não se achou. Perdeu-se numa série de precipitações em 2023. Em abril, a diretoria demitiu o técnico paraguaio, Gustavo Morínigo. De imediato, contratou Eduardo Barroca. Em junho, demitiu Eduardo Barroca. De imediato, contratou Guto Ferreira. Síntese: demitiu Morínigo, quando o time dava bons sinais de ajuste. Repetiu o erro cometido em 2021, quando Guto também foi demitido.
Na época, o time mantinha situação estável na Série A. Mas Guto Ferreira foi mandado embora assim mesmo. Essa sequência de insanidades resultou no desarranjo que permanece até hoje. Sim, mas quem é o culpado por todos esses desatinos? Não existe um culpado isoladamente. Existem culpados. Os dirigentes não podem agir como torcedores. A responsabilidade de uma avaliação requer sensatez, equilíbrio emocional e amplo conhecimento da causa. Quem toma decisões para dar satisfação à torcida não sabe ser dirigente. E só contribui para a contínua e crescente instabilidade alvinegra.
Difícil
Quando um time cai para a Série B, tem dificuldades de retornar logo no ano seguinte para a Série A. O Vasco da Gama, com toda a força de sua tradição, em mais uma queda, passou dois anos na Série B. Caiu em 2020. Somente conseguiu subir em 2022 para a temporada de 2023. O Cruzeiro, com toda a sua importância, passou três anos na Série B (2020, 2021, 2022).
Queda
Quando o time cai, o estrago é muito grande. Sofre queda de cotas, queda de patrocínio, afastamento de sócios-torcedores. Com menos receita, fica complicado contratar bons jogadores. Os bons só querem a vitrine da Série A. Então, o padrão do futebol despenca. Haja tempo e paciência para contornar as situações adversas.
Problemas
O Ceará está passando por tudo isso. Daí vem o desespero. O fim do ano está chegando e não há uma reação suficientemente forte. O momento é crítico. A resposta esperada ainda pode acontecer? Em futebol tudo é possível. Há times que se descobrem na reta final e disparam a ganhar de todo mundo. Mas isso é exceção. Se o Vozão terá condições de ser uma exceção, só Deus sabe.
Permanência
O Floresta teve frustrado o seu objetivo de subir para a Série B nacional, mas garantiu sua permanência na terceira divisão do futebol brasileiro. Fez uma campanha razoável, terminando em 14º lugar. Se o Ferroviário confirmar sua passagem às semifinais da Série D, com vitória sobre o Maranhão, domingo próximo, no PV, se juntará ao Floresta na Série C de 2024. Valeu, Floresta!
Superlotação
Já estou imaginando como ficará o Castelão, amanhã, quando, diante do América-MG, o Fortaleza definirá a vaga na semifinal da Copa Sul-Americana. O jogo começa às 19 horas. O torcedor vai sair do trabalho direto para o Castelão. Lembrando que, no domingo, o Leão já enfrentará o Fluminense no Estádio Raulino de Oliveira em Volta Redonda. Calendário massacrante mesmo.