A nova realidade do futebol cearense

Leia a coluna de Tom Barros

Legenda: Leia a coluna do Tom Barros.
Foto: Fabiane de Paula/SVM

Há alguns anos, Fortaleza e Ceará eram olhados pela mídia nacional como times de segunda divisão. Os próprios dirigentes cearenses também entendiam que a Série A era utopia alimentada por lunáticos sonhadores. Mas o perfil vem mudando. Tudo começou com o Ceará que primeiro chegou à elite. Isso pressionou o alto comando do Fortaleza, que se viu obrigado a seguir os passos do rival. E, assim, em poucos anos, os dois fixaram posições na mais importante série do futebol brasileiro. 

O Ceará conseguiu chegar à Copa Sul-Americana. O Fortaleza também conseguiu. Aí o Fortaleza deu um salto maior e alcançou participação na mais importante competição das Américas, a Copa Libertadores. Como se não bastasse, o Leão ousou mais ainda: chegou a uma decisão da Copa Sul-Americana. Hoje, não há como retroceder. A nova realidade está muito clara: as torcidas do Ceará e do Fortaleza não mais aceitarão a viagem de volta. O Ceará está penando. A pressão é grande contra sua atual situação. Se os atuais dirigentes alvinegros não conseguirem organizar um plano para a volta do Vozão à Série A nacional, melhor será uma renúncia coletiva. A torcida está cheia de papo sem resultado. 

Passou 

Agora, o que resta ao futebol cearenses, nestes meses finais de 2023, é cumprir com dignidade o que resta fazer. O Fortaleza tem condições de buscar uma vaga na Libertadores da América. O Leão tem 42 pontos e dois jogos a menos. O segundo da pré-Libertadores, o Atlético-MG, tem 49 pontos e dois jogos a mais. É tarefa difícil para o Leão. Verdade. Mas é possível, sim. 

Adversários 

Ao Fortaleza faltam 10 jogos: Botafogo, Cruzeiro, Atlético-MG, Flamengo, Athletico-PR, Cuiabá, Palmeiras, Bragantino, Goiás e Santos. É preciso entender que a missão do Lion em 2023 não terminou em Punta del Este. Pelo contrário, mais do que nunca o Fortaleza terá de seguir ambicioso em busca de novas oportunidades nas duas maiores competições das Américas. 

Vozão 

No Ceará faltam apenas quatro jogos para fechar o calendário de 2023. Pela Série B, terá de enfrentar ainda o Botafogo-SP, o Mirassol, o Vila Nova e o Juventude. Pronto. Estará encerrada a missão. O ano foi marcado pela frustração de não conseguir voltar para a Série A. Isso, de certo modo, ofuscou a conquista do Ceará, que foi tricampeão da Copa do Nordeste.  

Planejamento 

Sendo assim, já que está numa espécie de limbo, ou seja, nem vai aos céus nem vai aos infernos, cabe ao alto comando do Ceará o planejamento para 2024. E o objetivo maior terá necessariamente de ser o retorno à Série A nacional. Claro que as outras competições devem merecer as devidas atenções, mas o foco maior terá de ser mesmo a volta à elite. Se assim não for, nada feito. 

Outros títulos 

Pelo que está passando o Ceará, é preciso deixar bem claro: será importante ganhar o título de campeão cearense de 2024? Será. Será importante conquistar o tetracampeonato do Nordeste? Será. Vale frisar: caso venha a conquistar esses dois títulos em 2024, mas não consiga subir para a Série A, esses dois títulos terão pouca valia. O principal objetivo terá de ser a Série A. 



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