A mistura geral das competições

Leia a coluna de Tom Barros

Legenda: Leia a coluna desta terça-feira.
Foto: Kid Junior/SVM

Vamos lá: Campeonato Brasileiro (Série A e Série B), Copa do Brasil, Copa do Nordeste, Copa Sul-Americana. São cinco competições que acontecem de forma simultânea. Há dias em que tenho de pensar para não errar o nome da competição programada. Imaginem só o que não acontece com a cabeça dos atletas. Amanhã, na Ilha do Retiro, em Recife, é a decisão da Copa do Nordeste. O Ceará terá a vantagem do empate para sagrar-se campeão. Mesmo tendo o Vozão tal vantagem, fiquei preocupado com o que vi na vitória do Ceará sobre o ABC em Natal.

É que a produção ainda está muito longe da ideal, máxime para quem tem por objetivo subir para a Série A. Como o time mudou de treinador, é preciso dar um tempo. A estreia do técnico Eduardo Barroca aconteceu com vitória. Isso serviu para afastar as tensões. Entretanto, os ajustes nas linhas somente virão com os exercícios continuados. A automação demora um pouco, principalmente porque o calendário intenso não abre espaço para os treinos de repetição. Mal termina um jogo, já o outro bate à porta. Após a decisão da Copa do Nordeste em Recife, o Ceará já viaja para enfrentar a Ponte Preta, domingo, às 11 horas da manhã, em Campinas-SP. Treinar como? 

Repercussão 

A belíssima exibição de Moisés, na vitória (4 x 2) do Fortaleza sobre o Fluminense no Castelão, foi destaque em todos os meios de comunicação do Sul e do Sudeste. É muito difícil um atleta repetir numa sequência o mesmo padrão do dia em que está iluminado por inspiração transcendental. Se ele continuar jogando assim, logo os europeus o descobrirão. 

Centroavante 

De gol em gol o centroavante consolida a sua imagem de artilheiro. De gol em gol, o artilheiro fixa-se na posição de titular. É assim que o atacante Victor Gabriel, gradualmente, vai ganhando a confiança da torcida. A vaga de ídolo do Ceará está aberta. Desde a saída de Arthur Cabral, ninguém se estabeleceu nas graças da torcida. 

Perto 

Em 2020, quem esteve perto de ganhar a vaga de ídolo do Ceará na posição de centroavante foi Clebão. Na decisão da Copa do Nordeste, ele fez o gol da virada (1 x 2) sobre o Bahia no primeiro jogo e fez o gol da vitória (0 x 1) no jogo de volta, ambos em Salvador, na casa do Bahia. Voltou como grande herói da conquista. Depois oscilou. Não se fixou como ídolo, mas esteve perto. 

Problema 

Clebão estava para ser vendido em 2022, quando foi flagrado num exame antidoping, após a última rodada da Série A. Um jogo que não valia nada. O Ceará já estava rebaixado. Ganhou do Juventude (4 x 1). Cleber fez um gol. Não havia nenhum motivo para doping. Sem orientação médica, ele tomou um remédio que continha substância proibida. Deu azar.  

Diferença 

Em jogo decisivo, é natural que as próprias circunstâncias de um grande espetáculo levem as equipes a uma produção bem superior às dos jogos comuns. Sendo assim, quero acreditar que o Vozão não repetirá o padrão que mostrou em Natal, bem inferior ao desejado, apesar da vitória. Nas grandes decisões, as equipes agigantam-se. É o que espero do Vozão. 



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