Lá vai o Fortaleza na sequência de uma longa jornada pelo Sul e Sudeste do Brasil, como um caixeiro-viajante que, sem descanso, anda de terra em terra. Um caixeiro-viajante que, aos olhos de todos, com transmissão ao vivo para todo o Brasil, foi vítima da incompetência de um árbitro infeliz num campo de futebol em São Paulo. Domingo passado, o Fortaleza estava em Porto Alegre, onde enfrentou o Grêmio (0 x 0).
Na quarta-feira, estava em São Paulo, onde perdeu para o Palmeiras. Hoje está em Minas Gerais para enfrentar o América-MG no Estádio Independência. Uma verdadeira peregrinação pelo Brasil, submetido aos desgastes de jogos e viagens, além dos desgastes de arbitragens apodrecidas por gente sem a devida qualificação. Não é de hoje que o Fortaleza está sendo um incômodo pesado para os outrora donos das principais vagas do “Brasileirão”. Agora mesmo o Fortaleza está na frente do Flamengo, São Paulo, Grêmio, Internacional, Vasco e Corinthians, todos, há alguns anos, considerados os intocáveis do futebol nacional. No olhar de alguns dirigentes dos chamados grandes times do país, o Leão está sendo intrometido demais, tomando vagas na Libertadores da América. Logo...
Reclamação geral
Os protestos contra a incompetência da arbitragem nacional não partem apenas do Fortaleza. O Vasco entrou com protesto junto à CBF porque se sentiu prejudicado no jogo contra o Santos (teve três pênaltis não marcados). João Martins, auxiliar do Abel no Palmeiras, colocou uma fita na boca em protesto contra a arbitragem do jogo Palmeiras x Corinthians. Por aí vai.
Contraste
O América-MG, adversário do Fortaleza amanhã, está na lanterna da Série A. Faz péssima campanha. Mas, na Copa do Brasil, largou na frente diante do Internacional. Venceu por 2 a 0 e pode perder por um gol de diferença no jogo de volta no Beira-Rio. No América estão velhos conhecidos: Wellington Paulista (ex-Fortaleza), Felipe Azevedo (ex-Ceará) e o técnico Vagner Mancini (ex-Ceará).
Qualidade
Amanhã, em Santa Catarina, o Ceará enfrentará o Criciúma, vice-líder da Série B. O Criciúma faz ótima campanha. Está invicto, com duas vitórias e dois empates. Será boa oportunidade para avaliar se o Vozão avançou. O técnico Eduardo Barroca teve cinco dias sem programação de jogo oficial no meio da semana. Vamos conferir o padrão de qualidade.
Metade
Quem tem pretensões de subir para a Série A nacional deve já estar no mínimo com 14 pontos. É o caso do Criciúma e do Atlético de Goiás. O líder, o Vitória da Bahia, está com 15 pontos. O Guarani, último do G-4, tem 12. Portanto, a pontuação do Ceará ainda está longe do ideal. Não chegou sequer à metade do líder.
Produção
O que preocupa mais no Ceará é a qualidade da produção. Isso inquieta demais. Pode ser que, com estes ajustes dos últimos cinco dias, o time revele uma definição sobre sua proposta de jogo. Mesmo na vitória sobre o Tombense, a produção não agradou. Falta automação. Tudo ainda estava muito confuso.
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