A fila anda também no futebol

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Legenda: Leia a coluna desta terça-feira.
Foto: Thiago Gadelha/SVM

No amor, a fila anda. No trabalho, a fila anda. No futebol, idem. Vi noivas chorando ao término do noivado. Tempos depois, com sorriso aberto, no altar com outro, felizes em novos braços. Quando Rogério Ceni foi embora, no Fortaleza houve clima de desalento. Era como se tudo ali tivesse terminado. Uma espécie de luto velado. Pior ainda quando Marcelo Chamusca veio para substituí-lo e não deu certo. Parecia o fim. Aí, numa dessas reviravoltas imprevisíveis, surgiu um argentino, nascido no município de General Baldissera, província de Córdova. Chegou discretamente. Danou-se a ganhar. Foi o quarto colocado do Brasil. Pronto. A fila andou.

Assim também será com Moisés. O grande Moisés. Ele será lembrado por mais algum tempo. Não sei por quanto tempo ainda. Até o dia em que alguém, vindo daqui mesmo ou de algum lugar longínquo deste planeta, fizer mais do que ele fez. É assim que funciona, ou seja, ou insubstituíveis sendo substituídos, os intocáveis sendo tocados. Rei morto, rei posto. Por enquanto, ainda um pouco mais, os suspiros de lembrança e de saudade. Ah, se Moisés estivesse aqui, este gol não teria sido perdido... Ainda bem que, como tudo na vida, no futebol a fila também anda. 

Imortais 

Há, sim, os insubstituíveis. Gente de forma única. Pelé é um deles. Nunca mais. Rei morto, rei não posto. Vacância permanente. Quem ocupará o seu lugar? Ninguém. Pelé eterno. Morto. Vivo. Senhor Edson Arantes do Nascimento. A galeria dos imortais é restrita demais. Poucos farão parte dela. Estarei me contradizendo? Talvez. Ora, a própria vida é uma contradição. 

Mistério e contrastes 

Para que serve a vida, se a morte vem? Ora, para quem é materialista, termina. Para quem é espiritualista, continua, segue. Cada um com sua crença. Ou descrença. Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira deixou sua marca de craque, mas não foi campeão do mundo. Seu irmão Raí, não tão brilhante quanto Sócrates, foi tetracampeão do mundo pela Canarinho em 1994.  

Sul-Americana 

Hoje o Fortaleza atua no Estádio Metropolitano de Mérida, na Venezuela. O Leão, já classificado, enfrenta o Estudiantes. Tem 100% de aproveitamento. Show. Somente o Fortaleza, no Grupo H, e o Newell’s Old Boys, da Argentina, no Grupo E, conseguiram alcançar os 12 pontos. Estão invictos. Campanhas excepcionais. 

Prioridade 

Beleza, o Fortaleza está muito bem na Copa Sul-Americana. Melhor campanha do que a do São Paulo, do que a do Bragantino, do que a do Botafogo do Rio de Janeiro, do que a do Santos e do que a do Goiás. Ótimo. Mas prefiro alertar para a necessidade de o Leão dar prioridade à Série A nacional. Não gostei nem um pouco do empate com o Bahia no Castelão. 

Vitória 

O objetivo do Ceará é chegar ao G-4 o mais rápido possível. Hoje, em Goiânia, o Vozão enfrenta o Atlético, 9º colocado, uma posição atrás do Ceará. Jogo complicado. Outro elemento complicador é a posição do Sport, 6º colocado, 17 pontos, mas com dois jogos a menos que o Ceará. Para o Ceará alcançar o que pretende, uma vitória hoje virou obrigação. A coisa ainda está muito complicada. 



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