A demorada e preocupante transição do Ceará

Leia a coluna desta terça-feira

Legenda: Leia a coluna do Tom Barros.
Foto: Israel Simonton/Ceará SC

Paciência. Essa palavra ainda vai ser ouvida muitas e muitas vezes dentro do processo de reencontro do Ceará. O reencontro do Vozão com seu melhor futebol. Demanda tempo a remontagem de uma equipe. Não acontece da noite para o dia. É preciso que se entenda o novo momento. E não se admita o desespero porque será pior. Observem que o elenco de hoje nem de longe pode ser comparado com elenco do Ceará quando estava na primeira divisão do futebol brasileiro. Muita gente saiu. Longe o tempo de Samuel Xavier, que hoje está no timaço do Fluminense. Longe o tempo de Bruno Pacheco, que hoje está no Fortaleza. Longe o tempo de Vina, quando estava em forma e na seleção do ano. Longe o tempo de Lima, que teve boa passagem aqui na primeira oportunidade, sumiu na segunda passagem, mas agora foi redescoberto pelo técnico Fernando Diniz no Fluminense. Poderia lembrar mais situações, mas creio que basta o que aqui foi dito. Então, a retomada alvinegra requer compreensão. E, mais uma vez, volta a citar a palavra paciência. A Série B nacional não é fácil como muitos apregoam. Tem seus percalços. Tem suas características. Não é demitindo treinador que a situação será resolvida. 

Muito bem 

Quem está mostrando elevada qualidade no Vozão é o goleiro Richard. Esteve na reserva, quando sofreu séria contusão logo que aqui chegou. Também ficou no banco nos bons tempos de João Ricardo. Agora, com todos os méritos, assumiu a condição de titular. Tem sido destaque nestes momentos delicados do Vozão. Na conquista do título do Nordeste teve papel fundamental.  

Defesa 

Tenho escutado críticas à defesa do Ceará. Até o técnico Gustavo Morínigo, pouco antes de ir embora, revelou sua preocupação com esse setor. Mas faço uma ressalva: não há defesa que suporte uma pressão permanente. Se o ataque e a meia-cancha não seguram a bola, quem pega o sufoco é a defesa. Lá na frente parece uma parede: a bola bate e volta. Sobra para a defesa. 

Dupla 

Luís Otávio tem sido criticado. Sim, mas é preciso enxergar não apenas os erros que ele comete. Ele também tem tido acertos fundamentais e decisivos. Não é mais o Luís Otávio de outrora. O tempo passa. Tudo bem. Mas ele e Tiago Pagnussat estão permanentemente sob fogo cruzado. Discordo da crítica. A dupla está fazendo tudo o que é possível e muito mais. 

Floresta 

O Floresta está indo bem na Série C. Na estreia, no Estádio Passo d’Areia, em Porto Alegre, empatou com o São José-RS (0 x 0). Na segunda rodada, no PV, ganhou (2 x 1) do Volta Redonda, do Estado do Rio de Janeiro. O Floresta está na zona de classificação. Dos 20 clubes (grupo único), oito passam para a segunda fase.  

Sem descanso 

Terminado o jogo do Fortaleza, ontem, diante do Corinthians no Itaquerão, já o Leão tem jogo difícil na quinta-feira, dia 11, no Castelão, diante do São Paulo. Não dá para respirar. O Campeonato Brasileiro é massacrante. Mal termina o jogo, já tem de arrumar as malas, viagem, e, três dias depois, jogo de alta performance. Tem lá quem suporte uma carga dessa.



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