A decepção brasileira na Copa do Mundo Feminina

Leia a coluna de Tom Barros desta quinta-feira (3)

Legenda: Brasil foi eliminado da Copa do Mundo de futebol feminino
Foto: Thais Magalhães/CBF

O Brasil voltou para casa mais cedo. Foi triste. A verdade deve ser dita: não teve méritos para continuar. A Jamaica mereceu a classificação. A França foi superior em tudo. Chegou o tempo de repensar. Como será agora com a aposentadoria da Marta? Ela deixa um legado de grandiosas realizações. Não conseguiu o título mundial, mas foi vice-campeã mundial em 2007, quando também foi artilheira da competição com sete gols. Marta conquistou também a medalha de prata nas Olimpíadas de 2004 e 2008. Em todas essas participações, teve a companhia de Formiga, outra notável jogadora que se aposentou em 2021. A eliminação precoce leva a reflexões. Não deu certo com a treinadora estrangeira, a sueca Pia Sundhage, que tem no currículo ouro olímpico em 2008 e 2012, comandando a Seleção dos Estados Unidos. O futebol feminino tem crescido no Brasil, mas ainda é muito pequeno o apoio, quando comparado ao apoio que tem o futebol masculino. Certamente, de cabeça fria, quando tiver passado o trauma de uma eliminação tão precoce, os dirigentes da CBF saberão analisar com isenção os motivos do fracasso no Mundial. E daí partirem para novos rumos. 

Comissão

A experiência que não deu certo com uma treinadora renomada, campeoníssima e vitoriosa como a sueca Pia Sundhage merece ser analisada também com relação ao desejo da CBF de trazer um treinador estrangeiro para comandar a Seleção Brasileira Masculina. Dirão talvez que uma coisa nada tem a ver com a outra. Será? Tema para debate. 

Campeoníssima

Guardadas as devidas proporções, no futebol feminino Pia Sundhage é tão campeã e vitoriosa quanto Carlo Michelangelo Ancelotti é no futebol masculino. É verdade que são espaços diferentes, com estruturas diferentes. Mas não custa nada uma análise comparativa. Conclusões poderão ser tiradas a partir daí. 

Plenos poderes

Outro assunto que entra na pauta é a questão dos poderes dados às comissões técnicas. O caso grave acontecido no Flamengo, no qual o preparador físico argentino, Pablo Fernández, agrediu com um soco o atacante Pedro, conduz a um debate. Afinal, quais poderes serão dados à comissão técnica estrangeira? Carta branca total? Cuidado com os assédios morais. 

Interesses

No futebol, pelo alto volume dos negócios, há muito interesse em jogo. Sendo assim, é preciso um acompanhamento com critérios pertinentes, quer o treinador e a comissão sejam brasileiros, quer sejam estrangeiros, que seja uma composição mista. Proibir a truculência é uma obrigação legal. Proibir o assédio moral, idem.  

Tudo pode

Tenho muito receio quando dão a um cidadão ou a uma comissão plenos poderes. Há pessoas que se julgam acima do bem e do mal. E, com plenos poderes, entendem que podem tudo. Isso é muito perigoso. Treinador autoritário é um verme. É uma praga. Na hora de entregar definitivamente a Seleção Brasileira masculina a um treinador, vejam bem a quem os senhores estão entregando.



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