A contagem que anima e assusta

Leia a coluna do Tom Barros

Escrito por
Tom Barros producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 15:13)
Legenda: A Série A do Brasileirão é uma competição organizada pela CBF
Foto: Lucas Figueiredo / CBF

A cada ano, a velha contagem dos que estão na zona de rebaixamento e, igualmente, a dos que estão próximos da zona maldita. É o medo da descida. É a esperança de escapar. Nesta parte, o número de vitórias conta. E, embora mais raro, o número de gols também. 

No ano passado, o Bragantino escapou com 44 pontos. Mas também escaparia com 43. O Athletico-PR foi rebaixado com 42 pontos. Em 2023, o Bahia, com 44 pontos, permaneceu na Série A. O Santos caiu com 43. Em 2022, o Cuiabá, com 41 pontos, permaneceu na Série A. O Ceará caiu com 37 pontos. 

A situação muda de ano para ano, dependendo das circunstâncias. Em 2022, o Cuiabá se garantiu com 41 pontos, mas teria permanecido na elite se tivesse feito apenas 38 pontos. Em 2021, o Juventude se garantiu com 46 pontos, mas com 44 pontos teria permanecido, pois o Grêmio foi rebaixado com 43. 

Faltam sete rodadas para terminar. Mas o Fortaleza, como tem o jogo atrasado com o Atlético-MG, terá oito rodadas para tentar a salvação. Há momentos em que a contagem anima. Há momentos em que assusta.  

Saldo de gols 

Em 2020, de forma dramática, o Fortaleza permaneceu na Série A. O Leão foi salvo pelo saldo de gols. Fortaleza e Vasco terminaram com o mesmo número de pontos (41), de vitórias (10), de empates (11) e de derrotas (17). O Leão teve saldo negativo de gols (19). O Vasco teve saldo negativo de 22 gols.  

Reta final 

É uma raridade a classificação pelo saldo de gols, o terceiro item de desempate. Mas acontece. Então, tudo pesa na reta final. Embora o saldo de gols seja um critério dificilmente utilizado, não custa nada ampliar a artilharia. Foi por esta via que o Leão escapou do rebaixamento em 2020. 

Dificuldades 

Na medida em que as rodadas forem acontecendo, logicamente maiores serão os obstáculos. Crescem os adversários invisíveis. O pior deles é o medo, seguido pela angústia. Como consequência, os jogadores passam a errar passes de três metros. Na visão dos atacantes, os goleiros crescem e as traves diminuem. É um horror. 

Controle 

Só mesmo muito controle emocional e força mental para superar as adversidades. Há atletas que são frios e mantêm o desempenho em alto nível. Mas há os que se deixam abalar e afundam nos momentos mais difíceis dos jogos. A preparação psicológica é fundamental. 

Complexo 

Custa muito caro sair da zona de rebaixamento, quando o certame caminha para as rodadas finais. Bate um desespero muito grande. Desespero coletivo porque envolve a torcida também. Pior é que, na maioria das vezes, a definição acontece apenas na última rodada. Aí até a sorte pode decidir o destino dos contendores. 

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