A criatividade como caminho para a redução de desigualdades

Foto: Foto: Nilton Alves

Criatividade. Palavra tão usada e de sentido tão amplo. A economia é criativa, há os profissionais criativos e recentemente começamos a ouvir sobre as cidades criativas. Como já frisou a consultora em economia criativa e representante da Unifor na Câmara Setorial de Economia Criativa da Adece, Raquel Viana Gondim, pensar na economia criativa é pensar na inclusão social e produtiva entre os mais pobres.

Mas como pode uma cidade ser criativa? Buscando mais sobre o tema, me deparei com a tese da economista Ana Carla Fonseca, brasileira que é referência internacional na temática. Segundo ela, uma cidade criativa é aquela que se reinventa permanentemente para se tornar melhor. É pensar na transformação urbana desencadeada pelo processo de criação. E criação pode ser aqui entendida de muitas e diversas formas. É pensar em maneiras de criar e agir de modo inovador, sem precisar se prender a um modelo único ou preestabelecido, e entendendo que cada realidade exige processos únicos.

Fortaleza é hoje uma cidade que integra a Rede de Cidades Criativas da Unesco. Cidade criativa em design, a Capital, de acordo com a instituição internacional, trabalha junta a outras cidades em direção a uma missão comum: colocar a criatividade e a economia criativa no centro de seus planos de desenvolvimento urbano para tornar as cidades seguras, inclusivas e sustentáveis. Essa interpretação da Unesco é a síntese do que desejamos para uma cidade em que escolhemos morar, criar nossos filhos, enfim estabelecer nossos vínculos.

Penso nessa criatividade, sobretudo, sob o aspecto de desenvolvermos cidades para todos. Acredito mesmo que criatividade e inclusão, nesse caso, são quase sinônimos. Construindo para e com cidadãos de todos os bairros, de todas as periferias, de todas as idades, de todos os gêneros. 

A conexão entre tudo isso pode ser a chave para um melhor uso do espaço público, para o resgate de nossas histórias e para a valorização de nossos antepassados, assim como para criarmos espaços de diversidade.


A consultora em economia criativa, Claudia Leitão, observa que as cidades devem ser outras no pós pandemia. Devem reconhecer a importância das políticas públicas com participação social com a população como protagonista.

Essa cidade criativa seria uma forma de reduzirmos as desigualdades? De nos relacionarmos de forma mais dinâmica e interativa com a cidade e com o outro? Penso que, sem dúvida, sim.

*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.