Desmistificando a pílula do dia seguinte

Tomar ou não tomar, eis a questão! São muitas as mulheres que ainda têm dúvidas sobre o uso desse método anticoncepcional. É por isso que a SiSi convidou a ginecologista, Dra. Camila Marques, para responder algumas dúvidas sobre o assunto

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Legenda: O método, mais que urgente, pode ser aplicado quando algo acontece fora do planejado
Foto: Pexels

Trazer um novo ser ao mundo exige muitas responsabilidades. É preciso ter um bom planejamento familiar para, só então, dar um passo tão importante como gestar um bebê.

Porém, quando há descuidos na relação sexual, tais como:

  • Rompimento do preservativo;
  • O não uso do preservativo;
  • Esquecimento da pílula contraceptiva regular (especialmente, se isso aconteceu mais de uma vez na mesma cartela);
  • Casos de expulsão do DIU etc,

há riscos de uma gravidez indesejada...

Aí a chamada de emergência é a pílula do dia seguinte. Esse método, mais que urgente, pode ser aplicado quando algo acontece fora do planejado. Ela pode ser composta por levonorgestrel (um tipo de hormônio chamado progestágeno) ou por acetato de ulipristal, que funcionam atrasando ou inibindo a ovulação.

O uso do remédio, no entanto, ainda causa controvérsia, além de muitas dúvidas e foi por isso que convidamos a ginecologista, Dra. Camila Marques, para responder algumas perguntas que fizemos. Confere!

A “pílula do dia seguinte” é uma “bomba de hormônio”?

É uma dose considerável, sim - por isso, ganhou esse apelido. Quer ter noção de forma mais palpável? Uma pílula de um anticoncepcional comum tem, em média, 0,10 mg a 0,15 mg de levonorgestrel. A pílula de emergência com esse tipo de hormônio tem 1,5 mg! É 10 vezes mais hormônio! Porém, as consequências de uma gestação não planejada podem ser complicadas para a vida de muitas meninas/mulheres. Então, eu aconselho que tome, sim, em casos urgentes.

Legenda: A ginecologista, Dra. Camila Marques, esclarece as principais dúvidas sobre o assunto
Foto: Divulgação

Qual é a contraindicação?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia (ACOG), não há contraindicação. A única ressalva é que não é recomendado o uso em mulheres gestantes.

Vacilei. Estou grávida e não sei. O que fazer?

Não há nenhuma evidência científica de malefícios para a gestação e nem para o feto. Vida que segue. A barriga vai crescer e você vai achar que a pílula falhou.

É abortiva?

Não é abortiva! Se você tomar na primeira fase do ciclo menstrual, ela vai agir alterando os folículos e impedindo ou retardando a ovulação. Se for na segunda fase do ciclo, vai alterar o transporte dos espermatozoides e do óvulo nas trompas, além de mexer no muco cervical e interferir na mobilidade dos espermatozoides. Resumo da ópera: de uma forma ou de outra, ela atua tentando impedir o encontro do óvulo com o espermatozoide para não ocorrer a fecundação.

Qual a eficácia e as chances de engravidar mesmo após tomar?

Ela evita, em média, 2/3 (dois terços) das gestações - isso se a mulher tomar o comprimido em até 24h após a relação sexual.

A dica final para as SiSi lovers é que:

  1. O ideal é não fazer o uso frequente desse método, pois os riscos de engravidar aumentam com descuidos constantes,
  2. A pílula é recomendada em casos emergenciais e não previne doenças sexualmente transmissíveis e, por fim,
  3. Converse sempre com sua médica e definam juntas a melhor forma contraceptiva para você.
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