A festa de Santo Antônio é tão intensa que você precisa escolher o horário de ir. Quem vai no sábado da noite das solteironas dificilmente acorda para ver o cortejo de grupos folclóricos no domingo. Já quem vai muito cedo não consegue ver o hasteamento e muito menos assistir aos shows.
O fim de semana é programação para folião com super-poderes. Como não sou desses, escolhi o domingo à noite para ir à festa. E foi bom demais! No palco do largo do Rosário (eram 4 espaços ao todo), assisti a dois pernambucanos. Flávio Leandro e Alceu Valença.
"Eu quero é cantar o Nordeste Que é grande e que cresce E você não conhece, doutor De um povo guerreiro, festivo e ordeiro De um povo tão trabalhador"
Cantava e dançava o povo orgulhoso de viver na região do país onde junho supera fevereiro e dezembro como o mês mais festivo. O largo do Rosário e os trechos das ruas que terminam nele estavam lotados. Era gente de todo tipo apinhada. Os casais que dançavam tinham um pouquinho mais de espaço. Já quem queria ficar à beira do palco precisava ultrapassar a multidão.
Quando o primeiro show terminou, fui à rua do Vidéo encontrar os amigos. Nos intervalos, algumas casas oferecem shows particulares na calçada. O ritmo é forró. Predomina. As pessoas bebem muito, comem pouco e circulam para ver e serem vistas.
Passava de 22h, quando outro pernambucano subiu no palco:
"Eu lembro da moça bonita da praia de Boa viagem E a moça no meio da tarde de um domingo azul"
Alceu Valença era tão esperado que, nos clássicos, só assistiu à plateia, que tinha a letra no gogó. Da metade para o final do show, choveu. E água só acendeu a alegria. Foi o batismo geral. Parecia um ritual de iniciação. A bandeira de Santo Antônio já está hasteada. No Ceará, o São João começa por aqui.
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