No ano em que o mundo parou, esporte olímpico se reinventa para manter atletas no ritmo

Treinos em casa, adaptações, Missão Europa... 2020 foi de arranjos para atletas que buscam a melhor forma ou ainda sonham com a vaga olímpica.

Há um ano, em uma época como essa, milhares de atletas se preparavam para entrar no período mais decisivo da carreira: o ano olímpico. Mas, em março, tudo mudou, e o adiamento dos Jogos, que nunca tinha ocorrido, aconteceu. Agora, à véspera de entrarmos em mais um, que deve ser o ano olímpico, sobram expectativas e incertezas.  

Vacinas já sendo aplicadas não trazem garantia de controle da pandemia até julho de 2021, já que os imunizantes estão sendo distribuídos aos poucos, por grupos prioritários e em diferentes estágios pelos países. Apesar de o Comitê Olímpico Internacional (COI) já ter desassociado a realização dos Jogos à vacina, a situação da pandemia deve influenciar adaptações e até a própria concretização das Olimpíadas. 

Por enquanto, o Brasil tem 180 vagas confirmadas para Tóquio, em 20 modalidades. A expectativa é que entre 250 e 300 atletas brasileiros disputem os Jogos. Entre esses, pelo menos três mulheres cearenses têm boas perspectivas em relação a resultados positivos e até mesmo pódio.  

Ana Patrícia e Rebecca
Legenda: Cearense Rebecca e mineira Ana Patrícia representarão Brasil nas Olimpíadas
Foto: FIVB

Durante o ano, foram quase quatro meses em que os atletas não realizaram treinamentos em espaços coletivos e tiveram que improvisar estruturas para garantir a manutenção da forma. Aos poucos, em julho, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) começou a enviar atletas para treinar na Europa, onde, na época, a situação da pandemia estava mais controlada.

Até dezembro, 238 esportistas participaram da “Missão Europa”, pensada com o intuito de garantir o cumprimento de protocolos sanitários e a realização dos treinamentos de alta performance. No mesmo mês, o Centro de Treinamentos Time Brasil, no Rio de Janeiro, foi reaberto, possibilitando as atividades dos atletas por aqui mesmo. 

Missão Europa
Legenda: Delegação brasileira durante a Missão Europa, em Portugal
Foto: Marcello Bravo/COB

Em um 2020 que vai ficando para trás, a esperança é que fiquem no passado também os dias difíceis. Para o esporte olímpico, um ano que quase não existiu, se levarmos em consideração as competições e disputas por vagas. Para 2021, o que se espera é que tenhamos possibilidades de acompanhar um grande evento esportivo e o ano seja histórico, mas dessa vez, por conta das vitórias.