Jornalista Erilene Firmino lança livro de cartas sobre amor e luto

"Manga verde com sal" será lançado neste sábado (15), a partir das 11h, no Passeio Público

Legenda: "Manga verde com sal" marca a estreia literária de Erilene Firmino, que foi colunista, repórter e chefe de reportagem do Diário do Nordeste e hoje forma novos jornalistas na UFC
Foto: Kid Jr.

Às vezes o trabalho mais importante do momento da vida é vivenciar o luto. Mas a coragem para acolher as ausências, encontrar presença e se reorganizar na faltas facilmente vira um indizível sem fim. Por meio da escrita, a jornalista Erilene Firmino desabafou a agonia e elaborou os muitos lutos que a vida impôs - desde a morte de uma irmã até o luto coletivo da Covid-19.

"Manga verde com sal - cartas de amor, de luto, do sabor agridoce da vida" fala do tanto que a morte ensina sobre a vida, a partir das reflexões e vivências da escritora. O livro será lançado neste sábado (15), no Passeio Público, das 11h às 17h, e segue em pré-venda online

São 28 cartas redigidas durante oito anos, guardadas nas gavetas de memória até a coragem da publicação: o dia seguinte à morte da irmã e melhor amiga de Erilene. Lia morreu aos 53 anos em decorrência de um câncer. Seis meses depois, a mãe das duas também se foi.

Eri, como é carinhosamente chamada pelos colegas de jornalismo dentre os quais me incluo, ficou com a missão de ajudar na criação das duas sobrinhas, de cuidar do pai (que faleceu cinco anos depois das duas) e com o engasgo das perdas. Escrever foi seu recurso para seguir. 

Os textos são endereçados para Lia e falam de dor, de sentimentos e evidenciam a cumplicidade entre irmãs. Na organização do livro, as cartas ganharam títulos e foram divididas em três tempos: perder, cultivar e reflorescer.  

Com uma trajetória profissional de mais de 23 anos na redação do Diário do Nordeste, além das formações em Letras e em Jornalismo, Erilene tem uma intimidade com as palavras, com a construção das reflexões e com questionamentos da vida "invejável". Recorro ao adjetivo escolhido pela escritora e jornalista Adriana Negreiros que abre o livro. 

"Gostaria de saber redigir tão bem assim e ter esse talento único para transformar as dores - quem não as carrega? - na mais bonita das histórias de amor", apresenta a escritora da biografia de Maria Bonita (2018) e "A vida nunca mais será a mesma: Cultura da violência e estupro no Brasil"  (2021). 

Com edição da Casa de Memória, projeto gráfico do designer Eduardo Freire e ilustrações de Lincoln Souza, o livro traz apresentação da psicóloga Layza Castelo Branco Mendes, pesquisadora do luto e das reconfigurações familiares. São 160 páginas de memórias dolororas, gaiatices e elaborações que nos conectam com o humano, o "agridoce". 

O espaço cultural do Passeio Público que hoje recebe o nome do mestre Gilmar de Carvalho, morto por Covid-19 em abril de 2021, antes da disponibilização da vacina no Brasil, terá um sábado de celebração aos encontros do jornalismo e da vida.

SERVIÇO

Lançamento "Manga verde com sal"
Sábado, 15 de abril, das 11h às 17h, no Café Passeio - Espaço Cultural Gilmar de Carvalho
Passeio Público - R. Dr. João Moreira - Centro
Mais informações e pré-venda do livro aqui

 

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