Preço do queijo muçarela chega a custar R$ 104 o quilo em Fortaleza

Segundo o sindicato dos produtores, o preço da muçarela é "muito vulnerável à oferta de leite no mercado"

Legenda: Quando a oferta de leite está mais baixa, o preço da muçarela tende a aumentar
Foto: Shutterstock

A ida ao supermercado na última semana pode ter assustado (mais do que o habitual) os consumidores em busca de queijo muçarela. É que o quilo do produto chegou a ultrapassar R$ 100 em alguns estabelecimentos de Fortaleza - ficando mais cara até mesmo do que a picanha, um dos mais nobres cortes bovinos.

Em um supermercado da capital cearense, o preço do laticínio chegou a R$ 104. Em outro, o produto da mesma marca foi visto a R$ 89. A coluna também pesquisou em outros estabelecimentos a muçarela de diferentes marcas e também encontrou o item a R$ 60 e R$ 46 o quilo.

Enquanto isso, a picanha, também conforme pesquisa da coluna, foi encontrada custando entre R$ 60 e R$ 99 na Capital cearense, ficando, a depender do estabelecimento, abaixo do quilo da muçarela.

Veja também

Inflação em Fortaleza

Uma olhada nos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que os dois itens tiveram deflação nos últimos 12 meses na comparação com os 12 meses imediatamente anteriores. A picanha, de fato, teve uma redução ainda maior: -11,8%, enquanto o queijo teve variação de -0,87%. Os dados acima consideram a flutuação de preços em Fortaleza.

O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados no Estado do Ceará (Sindilaticínios-CE), José Antunes, afirma que os valores observados pelos consumidores na última semana representam “algo pontual” e explica que esse tipo de queijo é “muito vulnerável à oferta de leite no mercado.

Oferta de leite

Dessa forma, quando a oferta de leite está mais baixa, o preço da muçarela tende a aumentar. Quando a oferta está elevada, tende a ocorrer o contrário. Antunes compartilha, inclusive, que a muçarela é mais consumida do que o queijo coalho no Ceará.

Ele destaca que a produção de leite deve aumentar em breve, dado o grande volume de chuvas. O cenário favorece a criação do gado semiestabulado, reduzindo o custo para o produtor. “Isso ocorre porque, quando a gente solta o gado, ele vai poder comer forragem natural, sem estar precisando comer tanta ração. Então a gente complementa com milho e soja quando ele vem para o curral”, diz Antunes.