Mais um dia 8 de março se aproxima e, apesar de tantas as vitórias ligadas ao que a data representa, alguns indicadores não mudam - ou pelo menos não como deveriam.
Um relatório elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revela que o rendimento médio mensal das mulheres no Ceará é 12% menor do que o dos homens. O documento se baseia em números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do último trimestre de 2023, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Enquanto as mulheres recebem, em média, R$ 1.804, os homens recebem, em média, R$ 2.043. Em valores, se trata de uma diferença de R$ 239, mas sabemos que em muitas áreas e cargos a diferença acaba sendo bem maior. Em outros estados brasileiros, os números preocupam ainda mais: na Paraíba, por exemplo, a diferença chega a 20%.
A maior discrepância está no Mato Grosso, onde o rendimento médio mensal dos homens é 31% maior do que o das mulheres.
O relatório também mostra que a taxa de informalidade entre as mulheres no Ceará (50,1%) é a segunda mais elevada da região Nordeste, perdendo apenas para o Maranhão, onde a informalidade chega a 52,6%.
Além disso, seis em cada dez mulheres (65,5%) ganham até um salário mínimo no Ceará. Esse percentual é maior entre as mulheres negras, chegando a quase 69%.
Brasil
No País, 39,9% das mulheres ocupadas ganham até um salário mínimo e o rendimento médio mensal das mulheres no Brasil é R$ 671 menor do que o dos homens. Quando a comparação é entre o rendimento médio mensal dos homens e o das mulheres negras, eles ganham, em média, R$ 1.276 a mais.
No recorte do ensino superior, eles seguem ganhando mais. E bem mais. O relatório mostra que os homens com ensino superior ganham R$ 2.582 a mais que as mulheres com ensino superior. Em relação ao que ganham as mulheres negras com nível superior, os homens recebem R$ 3.562 a mais.
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