Suplente tem caminho livre para ocupar vaga na Câmara

Desde o último domingo (14), quando esta coluna publicou com exclusividade a informação de que a licença do deputado federal Mauro Filho (PDT), em julho, ensejaria a posse do suplente Aníbal Gomes (DEM), que comenta-se nos bastidores da política cearense a possibilidade real de Aníbal assumir o cargo, tendo em vista a sua situação em relação ao processo no STF. Ele foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na semana passada pelo Supremo.

Esta coluna consultou advogados eleitorais e criminais sobre o caso e o entendimento é unânime: sem que haja trânsito em julgado da decisão de condenação, será difícil a Justiça intervir para barrar a posse do suplente. A defesa de Aníbal já comunicou que vai recorrer ao pleno da Corte da decisão da 2ª Turma que fixou pena de 13 anos de prisão ao cearense por possível envolvimento em corrupção em contratos de empresas com a Petrobras na Lava-Jato.

Apressa o passo

Sem relação com a polêmica, o deputado Mauro Filho confirma os entendimentos com o governador Camilo Santana para retornar ao Estado e reassumir o cargo de secretário de Planejamento e Gestão no Estado. Antes, porém, Mauro quer concluir a votação do projeto de sua autoria que autoriza o Governo Federal a utilizar R$ 170 bilhões de 29 fundos públicos para reforçar o caixa da União no momento de pandemia. A intenção dele é iniciar a votação já nesta semana. O parlamentar é de oposição, mas o projeto dele tem o apoio do governo Bolsonaro.

Mercado nervoso

Repercutiu muito mal no mercado financeiro a notícia da saída do cearense Mansueto Almeida do Tesouro Nacional. Os mercados amanheceram nervosos, o que obrigou o ministro Paulo Guedes a indicar ainda ontem o substituto: Bruno Funchal. Linha dura em relação ao aumento de gastos, mas sem a habilidade política de lidar com o Congresso como o seu antecessor. No segundo semestre, o Governo Federal deve entrar em um momento delicado, com forte crise econômica e a necessidade urgente de reformas em um ambiente político hostil. Mansueto sai e deixa uma série de lições ao governo Bolsonaro. Uma delas, ele disse ontem, em entrevista à CNN Brasil: "Se um projeto não tem o apoio do Congresso para ser aprovado, é porque tem resistências na sociedade. Temos que entrar em campo para dialogar, esclarecer, mostrar a vantagem dele e rediscutir. Na democracia é assim".

Rico debate

Mansueto Almeida, por sinal, é um dos palestrantes do Seminário Gestores Públicos Prefeitos Ceará - Edição Especial Covid-19, que acontece nos dias 23 e 24 de junho. Neste ano, o evento, promovido pelo Sistema Verdes Mares, será totalmente online.



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