Secretários de Camilo Santana e Roberto Cláudio devem deixar os cargos de olho nas eleições

Grupo governista ainda não tem definição de candidaturas de prefeito e vice na Capital, mas o calendário eleitoral impõe regra a quem pretende ser alternativa

O Ceará avança para uma “segunda fase” do seu enfrentamento ao coronavírus em meio ao fim de mais um prazo do calendário eleitoral que, sem definição sobre adiamento do pleito, precisa ser cumprido por todos que desejam sair candidatos.

A própria pandemia já indicou, como abordamos algumas vezes, que a campanha está na rua, principalmente, para a oposição ao grupo governista no Estado e na Capital. 

Até quarta-feira (3), o governador Camilo Santana (PT) e o prefeito Roberto Cláudio (PDT) devem perder seus dois principais secretários. Eles terão que se desincompatibilizar para cumprir essa formalidade da lei eleitoral.

O secretário-chefe da Casa Civil estadual, Élcio Batista, e o secretário de Governo do Município, Samuel Dias, devem deixar as funções estratégicas que ocupam para ficar à disposição de PSB e PDT, respectivamente, de olho no pleito vindouro.

apostas dos partidos

Desde o ano passado, quando se iniciaram as tratativas sobre a sucessão do prefeito Roberto Cláudio, persiste uma indefinição agravada com a pandemia do coronavírus e o adiamento das discussões políticas: quem será o nome ungido pelo governismo para disputar a permanência na Prefeitura da Capital?

De qualquer forma, Élcio Batista e Samuel Dias, ambos nomes pouco conhecidos do eleitorado da Capital, apostam em uma experiência administrativa rica – ambos estiveram à frente dos principais projetos das gestões – e também no apadrinhamento dos chefes. 

Até agora, bom lembrar, em público, nem Roberto Cláudio e nem Camilo Santana fizeram acenos públicos aos dois, no sentido eleitoral. Mas, por razões óbvias, são homens da confiança deles.

Definições de núcleo

O grupo governista tem um núcleo do qual deverá sair as definições eleitorais: os irmãos Ciro e Cid Gomes, o prefeito Roberto Cláudio e o governador Camilo Santana. Apesar de filiado ao PT, já abordamos o assunto aqui também nesta coluna, o governador não fará campanha para outro candidato na Capital, que não o ungido com apoio do PDT.

O PT, por sua vez, tratou da possibilidade de candidatura própria sem ter o governador no debate, considerado a maior liderança do partido no Ceará, até pelo posto que ocupa.

Em 2016, na reeleição de Roberto Cláudio, o governador se manteve neutro, mas o contexto deste ano será diferente e demandará mais força de coalizão por se tratar, invariavelmente, de um nome novo.

Na última hora

Virou praxe entre os governistas, a definição de candidatura na última hora, em cima do prazo final das convenções. Foi assim na escolha de Roberto Cláudio, em 2012, quando o então governador Cid Gomes e a então prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, romperam a aliança. 

E também em 2014 quando, após reviravoltas, Camilo Santana apareceu candidato e acabou eleito. Para as eleições deste ano, deve se repetir a tática da última hora. 

Mais saídas

As gestões municipal e estadual deverão ter outras baixas. No município, o secretário de Turismo, Alexandre Pereira, pode ser exonerado para uma possível candidatura pelo Cidadania. Já a gestão estadual deverá ter mais saídas. E elas já começaram. Na última sexta-feira (29), o Diário Oficial do Estado trouxe a exoneração da secretária executiva de Políticas Sobre Drogas, Mirian Sobreira (PT), que pretende ser candidata em Iguatu. Até quarta-feira, outras exonerações vão acontecer.



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