Rigor do TRE-CE contra aglomerações eleitorais é necessário para resguardar população

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE) tomou uma medida dura, mas necessária neste momento em relação aos atos de campanha eleitoral que promovam aglomerações no Ceará. A proibição de carreatas, passeatas, caminhadas e comícios ocorre até tardiamente, mas por uma razão muito evidente: partidos e candidatos, a rigor, não conseguiram organizar eventos que respeitassem às regras de distanciamento social. Muitos, alertados pelas promotorias e até multados pelo Judiciário, insistiam em promover os atos em claro risco à Saúde Pública. Desde o primeiro fim de semana de campanha, em setembro, esta coluna vem destacando a falta de zelo das campanhas para resguardar a população de uma nova onda de contaminações pelo novo coronavírus. Agora, com o sinal de alerta ligado, a Justiça Eleitoral fez o que tinha que ser feito. Com algum atraso, mas uma medida necessária neste momento. Depois da decisão da Corte Eleitoral, inclusive, algumas candidaturas retificaram a agenda de hoje.

Reta final

A medida judicial impõe uma dificuldade a mais aos candidatos na reta final da campanha eleitoral, exatamente no momento em que o eleitor está mais ligado na disputa pelas prefeituras e também nas vagas para as câmaras municipais e os candidatos pretendiam intensificar os atos.

Acirramento

Em Juazeiro do Norte, segunda rodada do Ibope indica um cenário incerto sobre o vencedor da disputa local. O atual prefeito, Arnon Bezerra (PTB), que busca a reeleição, tem 34% das intenções de voto, e lidera o levantamento, seguido por Glêdson Bezerra com 32%. Ambos estão em empate técnico e, pelos dados do instituto, se distanciaram dos demais concorrentes, indicando fazerem um duelo particular na reta final da campanha do município que não terá o segundo turno. Assim, quem tiver a maioria simples dos votos válidos ganha.

Avaliação

O prefeito de Juazeiro, inclusive, detém a maior rejeição entre os concorrentes, mas o índice registrou queda, de 38% para 32%. O gestor é o único candidato na disputa que teve queda no índice de rejeição. Em contrapartida, avaliação positiva da gestão dele cresceu. Ótimo/Bom passou de 32% para 37%, de acordo com os dados da mesma pesquisa. Historicamente, o eleitorado de Juazeiro impõe dificuldade aos prefeitos que concorrem à reeleição. Até hoje, o Município nunca reelegeu um gestor. Os últimos dez dias de campanha reservam uma dificuldade a mais: a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) de proibir atos de rua.