Presidente do PCdoB defende diálogo, mas considera difícil esquerda ter apenas um candidato em 2022

Luciana Santos, que é vice-governadora de Pernambuco, está no Ceará para agendas institucionais. Ela defende iniciativas como o Consórcio Nordeste

Legenda: Na passagem pelo Ceará, Luciana Santos se reuniu com deputados estaduais correligionários

Vice-governadora de Pernambuco e presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos considera que as forças de oposição ao presidente Bolsonaro precisam estar abertas à possibilidade de um entendimento sobre uma frente ampla com vistas a Eleição 2022. Para ela, os partidos à esquerda estão “dialogando mais”, o que é uma vantagem, mas cobra abertura mesmo que não haja convergência para um único nome no embate à Presidência. 

Luciana Santos está em Fortaleza para uma série de encontros institucionais e partidários com lideranças estaduais, entre elas o governador do Estado, Camilo Santana (PT). Em passagem pela Assembleia Legislativa do Estado, ela concedeu entrevista ao Diário do Nordeste.  

Questionada se as forças de esquerda estarão juntas em 2022, ela foi cuidadosa, mas disse que ao menos no segundo turno, isso deve acontecer.  

“O mais importante é o exercício do diálogo desde já. Temos que estar abertos à necessidade de um entendimento para a frente ampla. Se estivermos convictos disso, mais perto estaremos de virar o jogo”, declarou. 

Nos últimos meses, além de desarticulação no Congresso Nacional, partidos de esquerda vêm travando um debate duro, como a guerra de declarações entre o pré-candidato à Presidência, Ciro Gomes, e o ex-presidente Lula. 

 “Independente das posições, quanto mais nosso campo acumular, melhor pra gente. Nós temos o Lula e temos o Ciro que aparece aí sempre nas pesquisas com 6% e 7%. Cada um tem o seu papel”, disse ela. 

Internamente, o PCdoB ainda avalia os cenários para tomar posição no ano que vem. “Não definimos a posição, mas definimos o caminho: a disposição de buscar uma frente ampla. Conversar com todos”, declarou. 

No Brasil, o partido é histórico aliado petista. No Ceará, inclusive, integra a base governista estadual em uma aliança que envolve vários partidos, do PT ao PL, passando pelo PDT. 

Consórcio Nordeste 

Como vice-governadora do Estado de Pernambuco, Luciana Santos diz valorizar a iniciativa de criação do Consórcio Nordeste. “Foi uma das coisas mais importantes que aconteceram após Bolsonaro ser eleito”. 

“Tínhamos que colocar algum tipo de juízo na política. Mostrar o compromisso que temos com a nação. Inclusive, essa iniciativa extrapolou o Nordeste e resultou na criação do Fórum Nacional dos Governadores. Mesmo governadores como (Ronaldo) Caiado (de Goiás) e (João) Dória (de São Paulo), que apoiaram Bolsonaro em 2018, viram a necessidade de ter uma atitude firme”, lembrou.