PDT atua de olho em 2022

Enquanto o PT ainda patina na formação de chapas para a disputa de prefeituras importantes do Nordeste, considerada a região em que o petismo encontra sua maior base eleitoral, o PDT vai nadando de braçada em relação à formação de alianças que miram a disputa à Presidência da República em 2022.

Nas principais capitais nordestinas, o PDT está construindo alianças com partidos que as próprias lideranças já declararam ser estratégicos pensando na conjuntura nacional. Os aliados preferenciais do PDT nas capitais da região são DEM e PSB. Mesmo em cidades cujos filiados gostariam de seguir outro rumo, a direção nacional interveio para prestigiar os aliados e, evidentemente, isso faz parte de uma estratégia.

Em paralelo, entretanto, o partido mantém parceria estadual com dois governadores de maior destaque do PT no País: Rui Costa, na Bahia, e Camilo Santana, no Ceará.

'Futuro em comum'

Em Salvador, numa aliança costurada com o DEM, o PDT indicou a candidata a vice, Ana Paula Matos. O candidato lá é Bruno Reis, aliado de primeira hora do atual prefeito da Cidade, ACM Neto. Na convenção, uma declaração dele, que é o presidente nacional do DEM, indicou os planos: "Aliança entre DEM e PDT em Salvador é recado de que os partidos querem construir um futuro em comum". Em São Luís, no Maranhão, o PDT também apresentou uma candidata a vice, Luzimar Lopes, na chapa do Democratas, cujo candidato é Neto Evangelista.

Trauma pernambucano

O caso de Recife foi mais traumático para o partido fundado por Leonel Brizola. Na capital pernambucana, Túlio Gadelha lançou pré-candidatura, mas acabou sendo retirado do processo para que o partido indicasse o candidato a vice, Rodrigo Patriota, na chapa de João Campos. Na última sexta-feira, Túlio Gadelha, deputado federal, retirou sua pré-candidatura, mas disse o seguinte: "esse grupo indicou um nome, mas ele não vai chegar dando tapinha nas costas. Cabe ao PSB fazer uma autocrítica que o PT não fez", disse. Ao longo da pré-campanha, ele fez críticas ao modelo de gestão do PSB.

No Ceará

Na Capital cearense, com Élcio Batista, o PSB vai dividir a chapa majoritária que tem Sarto Nogueira como candidato, do PDT. O PSB passa por uma reconstrução no Ceará e esse processo vem tendo apoio do PDT. Mas a chapa pedetista em Fortaleza tem também apoiamento de partidos como PSD, PP, Rede, PTB. E até quarta vai angariar mais apoio. O próprio DEM estará na chapa governista, além do PSDB, como antecipamos nesta coluna.

Em toda a articulação, está evidente que o PDT está tratando 2020 como ensaio de 2022. E isso começa no Nordeste.

Cenas lamentáveis

O fim de semana foi marcado por convenções partidárias no interior do Estado. Em pelo menos cinco municípios, há registros de aglomerações e desrespeito ao decreto estadual de distanciamento social. Um absurdo em um momento em que a população cearense ainda não superou a terrível pandemia do coronavírus.



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