Para procurador do Ceará, Piaui está distorcendo fatos e usando o litígio como narrativa política

Rafael Machado reforça que basear a solução do conflito nos dados censitários do IBGE trará menos impacto às populações e aos territórios dos dois estados

Legenda: O procurador representa os interesses do Ceará na ação que tramita no Supremo Tribunal Federal
Foto: Divulgação/PGE

O procurador-geral do Estado do Ceará, Rafael Machado, diz, em contato com esta Coluna, que o Piauí está “distorcendo” os fatos a respeito do laudo emitido pelo Exército sobre a área de litígio entre os dois estados. Segundo ele, o assunto está sendo usado como “narrativa política” que não se sustenta pelo Estado vizinho. 

Mais cedo, esta coluna mostrou que a perícia técnica do Exército Brasileiro sobre os limites específicos entre Ceará e Piauí foi “inconclusiva”, mas que entre as possibilidades de conclusão do conflito histórico, a mais viável, que seria a de se basear nos dados censitários do IBGE, favorece a tese cearense na querela. 

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“O Estado do Piauí teve que pagar por essa perícia (cerca de R$ 8 milhões). Então, politicamente, eles tinham uma grande expectativa que não se confirmou. Historicamente, o Piauí defende essa narrativa do litígio e isso envolve políticos da região”, diz o procurador cearense. 

A decisão sobre o assunto caberá ao STF. A Ação está sob relatoria da ministra Cármem Lúcia.