Os bastidores da primeira reunião de trabalho entre o governador e o prefeito de Fortaleza

Elmano e Sarto fizeram um encontro fechado e a sós e saíram adotando um tom menos beligerante

Legenda: O encontro desta terça-feira entre os dois não teve registro de imagens
Foto: Fabiane de Paula

Na manhã de terça-feira (2), o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), dirigiu-se ao Palácio da Abolição, sede do governo estadual, para realizar a primeira reunião de trabalho com o governador Elmano de Freitas (PT) desde que este assumiu o cargo no início do ano. A expectativa era alta em razão das trocas de farpas recentes entre aliados.

Sarto, ex-presidente da Assembleia Legislativa e membro estratégico de um amplo grupo governista até recentemente, chegou ao Palácio sem o alarde de outros tempos, porém acompanhado por seus principais auxiliares da prefeitura.

O governador Elmano o aguardava, também rodeado por secretários e assessores. Mesmo entre os mais próximos, havia ansiedade sobre o tom que a reunião tomaria, considerando os recentes conflitos políticos.

Contudo, os auxiliares permaneceram do lado de fora da sala. A reunião ocorreu a portas fechadas entre o governador e o prefeito, durando mais de uma hora. Ao que tudo indica, ambos concordaram em dar uma trégua, pelo menos até a chegada do ano eleitoral.

Sarto e Elmano comprometeram-se a se distanciar de intrigas e a manter um canal de diálogo aberto, garantindo que discutirão pessoalmente quaisquer situações que surjam. Eles trocaram os contatos telefônicos pessoais e encerraram a reunião sem registrar uma foto.

Um dos acordos resultantes do encontro foi a criação de um grupo de trabalho para reavaliar os projetos prioritários, especialmente nas áreas de saúde e segurança. Essa parece uma medida racional, mesmo que um pouco tardia.

Em relação aos confrontos na Praia de Iracema, a proposta de Sarto de assumir a obra foi aceita pelo governador, indicando um amadurecimento político.

Após o encontro, Sarto concedeu uma entrevista com um tom conciliador, assim como o governador.

Como mencionado anteriormente, a parceria administrativa é um dever dos governantes, não um favor à população. Todos esperam que a relação entre eles continue neste clima propositivo.