O xadrez de Evandro Leitão para resolver sua situação partidária de olho na eleição 2024

Presidente da Assembleia observa os recursos na Justiça Eleitoral e tenta articular o partido ao qual vai se filiar

Legenda: A maior probabilidade é que Evandro se filie ao PT ou ao PSB
Foto: Ismael Soares

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado, deputado Evandro Leitão, precisa resolver sua situação partidária até o início de abril do próximo ano, para se viabilizar candidato à Prefeitura de Fortaleza. E ele atua em duas frentes para resolver as pendências.

Por um lado, ele está atento aos movimentos do PDT nacional que está recorrendo da decisão do TRE-CE que autorizou sua desfiliação do partido sem risco de perda de mandato. Por outro, há a jogada mais difícil no xadrez eleitoral: ele trata com o ministro Camilo Santana e o governador Elmano de Freitas sobre as nuances de sua nova filiação partidária. 

Nos bastidores, todos no grupo governista sabem que Evandro Leitão é o nome preferido de Camilo Santana e Elmano de Freitas para disputar a Prefeitura da Capital. Aliado de primeira hora dos dois líderes estaduais, o parlamentar foi um dos principais apoiadores da decisão de Camilo Santana de escolher Elmano como candidato ao governo do Estado, após o rompimento com o PDT. 

Eleito para o segundo mandato à frente da Assembleia Legislativa do Estado em fevereiro passado, Evandro fica no comando do Legislativo até o fim do próximo ano, mas, por força da legislação, não pode ser candidato mais uma vez à Presidência da Assembleia. 

Essa circunstância também deve ser observada levando em conta o histórico do cargo. Os dois últimos prefeitos de Fortaleza saíram do comando do parlamento estadual: Roberto Cláudio e José Sarto. Liderar o conjunto dos 46 deputados estaduais gera ao ocupante um diferencial competitivo aos demais eventuais concorrentes pelo posto de candidato à prefeito da Capital. 

A jogada mais complexa desse xadrez pré-eleitoral é a escolha do partido para abrigar Evandro. Conforme já analisamos anteriormente nesta coluna o caminho óbvio seria uma filiação ao PT, mas há nuances a serem observadas.  

Elmano, Camilo e Evandro estão certos de que haverá uma disputa acirrada pelo comando da Prefeitura, independente das circunstâncias.  

Há, ao menos, quatro candidatos com competitividade no cenário futuro a ser desenhado: um do PDT, que pode ser o prefeito Sarto, mas o Palácio Abolição não descarta a possibilidade de Roberto Cláudio vir a ser indicado; Capitão Wagner (União), muito bem citado nas pesquisas realizadas até aqui; André Fernandes ou Carmelo Neto no campo de direita, representando o bolsonarismo; e, naturalmente, o candidato ungido pelo grupo governista estadual, sob liderança de Camilo e Elmano. 

Portanto, os passos dados para essa definição de legenda precisam ser dados com cautela e precisão. As possíveis disputas internas no PT ainda preocupam os líderes do partido e os aliados do governo do Estado. 

A opção de filiar Evandro ao PSB é real, mas há um risco de, mesmo assim, o PT municipal aprovar uma candidatura própria e neutralizar Camilo e Elmano, tirando-os do palanque de Evandro no primeiro turno. 

Essas e outras nuances explicam a demora de definição do futuro político do presidente da Assembleia Legislativa. 

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