O vai-e-vem da cobiça de partido por prefeitos no Ceará

Prefeitos e outros filiados ao MDB, liderado no Ceará pelo ex-senador Eunício Oliveira, que haviam indicado partida das fileiras da sigla a caminho do PSD de Domingos Filho, parecem ter desistido de trocar de partido em meio a tratativas eleitorais - alguns antes mesmo de efetivarem a filiação. Entre os casos de volta de quem não foi, está o prefeito Carlomano Marques, de Pacatuba, que, por enquanto, permanece no MDB. É bom lembrar que ele participou de evento, em setembro de 2019, com Domingos Filho, que preside o PSD no Estado, e com Gilberto Kassab, presidente nacional da agremiação. Na ocasião, Marques chegou a fazer críticas ao MDB e a Eunício Oliveira.

A desfiliação da sigla emedebista, contudo, não chegou a ser efetivada. Segundo a assessoria do prefeito de Pacatuba, ele apenas recebeu lideranças do PSD, mas permanece no MDB. Carlomano não é o único caso de filiado que preferiu voltar às fileiras da sigla de Eunício. Ademir Martins, de Carnaubal, também preferiu permanecer na legenda, após tratativas com o PSD. Em outros municípios, como Morada Nova, Crato e Tabuleiro do Norte, houve também retorno de quem havia anunciado a saída do MDB, fosse ou não a caminho do PSD.

Estratégia

Presidente estadual do MDB, o ex-senador Eunício Oliveira, procurado por esta coluna, desconversou sobre quantos emedebistas voltaram às fileiras do partido, mesmo após tratativas com PSD ou com outras legendas. Entretanto, ele ressaltou razões para a volta de ex-filiados e, inclusive, uma procura cada vez maior do MDB para as disputas eleitorais de 2020, dentre elas a história do partido, o tempo de TV e rádio, além da "força" da agremiação. Segundo o ex-senador, o MDB deve ter candidaturas "em todos ou no máximo de municípios", com a perspectiva de, em 2021, somar mais prefeitos e vereadores do que atualmente. Nem mesmo Fortaleza está excluída da possibilidade de candidatura própria.

Clima azedo

Em outubro de 2019, o avanço do PSD sobre prefeitos no interior do Estado motivou demonstrações públicas de insatisfação entre aliados da base governista de Camilo Santana (PT). À época, em entrevista ao Diário do Nordeste, o deputado estadual Danniel Oliveira (MDB), sobrinho de Eunício, disparou que o PSD fazia uma "perseguição" a partidos aliados. Domingos Filho, no entanto, argumentou àquela altura que se tratava de uma "arrumação comum" entre legendas com vistas a 2020. Embora o cenário aponte para alguns arranjos desfeitos, o "recrutamento" de lideranças continua, e ainda pode ser motivo de muita dor de cabeça na ampla base governista no Estado. Amigos, amigos, municípios à parte.

Fiéis escudeiros do presidente Jair Bolsonaro no Ceará, os deputados estaduais André Fernandes e Delegado Cavalcante estarão, hoje, em novos mutirões de coleta de assinaturas para a criação do Aliança pelo Brasil. De manhã, no Eusébio e, à tarde, em Aquiraz.

Depois de anunciar que não custearia Carnaval com dinheiro público para investir em ações que amenizem impactos negativos da chuva, a Prefeitura de Granja diz que usará o recurso estimado em R$ 1,2 milhão também para construir moradias populares. É suficiente para tudo isso?

*Equipe de Política redigiu a coluna.