A Superintendência Regional da Polícia Federal no Ceará não recebeu qualquer informação da seção do Paraná sobre um suposto envolvimento de políticos cearenses com a facção criminosa PCC, mas irá mobilizar a inteligência policial para buscar mais informações que possam ajudar no caso. A informação foi repassada à Assembleia Legislativa do Ceará pelo chefe regional da PF no Estado, delegado Rodrigo Carneiro Gomes.
O Poder Legislativo Estadual solicitou formalmente informações à Polícia Federal sobre o assunto após a repercussão do levantamento de sigilo da operação Sequaz – da unidade paranaense da PF – que mostrou citações supostamente a advogados cearenses e a um “deputado”, sem citar nomes.
O ofício assinado pelo presidente Evandro Leitão (PDT) pedia informações "acerca de quaisquer evidências ou indícios que possam indicar o envolvimento de deputado estadual ou ex-deputados estaduais com a organização criminosa PCC".
Em resposta, a PF comunicou que “esta Superintendência Regional não recebeu nenhuma informação da seção do Paraná” sobre a operação nem mesmo sobre o trecho do documento em que um dos envolvidos na operação cita vindas ao Ceará para suposto contato com advogados e políticos.
Além disso, o superintendente detalhou, em resposta ao ofício, que o delegado responsável pela operação, consultado, relatou não existir “utros elementos de prova que subsidiem ou apontem a eclosão de eventos no Ceará ou risco às autoridades locais”.
Em âmbito local, a PF, entretanto, informou que está mobilizando efetivo para tomar mais providências sobre o assunto.
“Sem prejuízo das outras diligências, o setor de Inteligência da Superintendência regional foi incumbido das ações necessárias para obter subsídios para a análise dos fatos noticiados no documento, especialmente quanto à existência de outros elementos que indiquem: dados, fatos e circunstâncias que necessite de apuração”.
Por fim, Rodrigo Carneiro Gomes sugere ao Legislativo que possa solicitar mais informações diretamente a 9ª vara federal de Curitiba.
Repercussão no Ceará
As citações de cearenses em anotações apreendidas com suspeitos pela PF trouxeram a repercussão da operação que resultou em prisões por um suposto plano para matar autoridades como o senador Sérgio Moro direto ao Estado.
A providência do presidente Evandro Leitão ocorreu após o tema repercutir no plenário da Casa. Na última semana, deputados de oposição questionaram quem seria o “deputado” citado em uma das listas apreendidas.
Retórica política
A repercussão do assunto ocorre muito mais por retórica política do que propriamente por evidências deste suposto envolvimento.
Os pedidos de informação à PF acabam sendo inócuos porque casos delicados como estes dependem de longas e sigilosas investigações cujos elementos ficam em segredo de justiça até o avançar das apurações.
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